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MP e polícia desmontam grupo ligado a executor

Mulher, cunhado e amigos próximos de Ronnie Lessa, acusado de matar a vereadora e o motorista Anderson Gomes, teriam jogado a arma do crime no mar. Vão responder por obstrução da justiça

postado em 04/10/2019 04:12
Elaine chega à delegacia. Ela é acusada de ser a condutora do plano para o sumiço da arma do assassinato

Nova operação do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), em parceria com a Polícia Civil do estado, prendeu ontem mais quatro suspeitos de envolvimentos no assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em março de 2018. A Operação Submersus cumpriu cinco mandados de prisão. Além do policial militar reformado Ronnie Lessa, já preso e alvo de um novo mandado, foram em busca da mulher do ex-policial, Elaine Lessa, do cunhado dele, Bruno Figueiredo, de José Márcio Mantovano, o Márcio Gordo, e Josinaldo Lucas Freitas, o Djaca.

Os quatro responderão pelo crime de obstrução da Justiça, com pena prevista de três a oito anos de reclusão. São acusados de ter ocultado armas usadas pela quadrilha, entre elas a submetralhadora HK MP5, apontada como a arma que matou Marielle e Anderson, e até hoje não localizada. Outros 20 mandados de busca e apreensão foram cumpridos, apreendendo documentos, celulares e um objeto parecido com uma arma.

Segundo investigações da Polícia Civil, Elaine foi a mentora da ação e teria conduzido o plano para jogar as peças no mar da Barra da Tijuca, próximo às Ilhas Tijucas.

De acordo com as investigações, o grupo tentou acessar o imóvel alugado por Ronnie na madrugada de 13 de março, um dia depois de sua prisão neste ano, para retirar objetos do local. Inicialmente, foi impedido pela administração do prédio, mas parte do grupo voltou na tarde do mesmo dia. Dessa vez, Bruno levou Márcio para a retirada de uma grande caixa. As câmeras de segurança do condomínio flagraram a ação.

Na seguinte, Márcio foi ao estacionamento de um supermercado da Barra para dar continuidade ao plano. Encontrou-se com Djaca, que recebeu a caixa, e seguiu para a colônia de pescadores do Quebra-Mar da Barra. Ali alugou os serviços de um barqueiro e atirou ao mar todo o conteúdo retirado do apartamento de Ronnie.

No início de julho, um pescador confessou, em depoimento à Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), que foi contratado por um homem, identificado agora como sendo Djaca, para levá-lo ao local de descarte das armas. O pescador teria recebido R$ 300 para isso. O delegado titular da Delegacia de Homicídios da Capital, Daniel Rosas, afirma que uma das hipóteses da investigação é de que a arma usada para matar Marielle e Anderson esteja entre as que foram lançadas n;água.


  • Procurador dá facada em juíza

    O procurador da Fazenda Nacional Matheus Carneiro Assunção foi preso ontem após tentar matar a juíza federal Louise Filgueiras, no Tribunal Regional Federal da 3; Região. Atacou a magistrada com uma faca, golpeando-a no pescoço, e deixando ferimentos leves. Apesar de a assessoria de imprensa do TRF-3 afirmar que de nada sabia, fontes descreveram que Matheus invadiu o gabinete de Louise, que atua em substituição ao desembargador Paulo Fontes, em férias. O agressor, segundo testemunha, atingiu a juíza próximo à jugular. Matheus inicialmente atirou uma jarra de vidro, mas, depois, utilizou a arma. Contido, afirmou que "queria fazer um protesto". O procurador foi detido e levado pela Polícia Federal.

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