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Mineira é encontrada morta dentro de uma mala; primo é o principal suspeito

Segundo a polícia de Portugal, onde ocorreu o crime, Camila da Silva Mendes levou um golpe fatal de arma branca. As investigações apontam que ela teria sido assassinada pelo companheiro, dentro de casa

Ana Carolina Mendonça*/Estado de Minas
postado em 08/10/2019 19:08
De acordo com a Polícia Judiciária Lusitana, o suspeito do assassinato foi identificado como companheiro da vítima, Robson Mandela, que tem 38 anos.O casal tinha se mudado há cerca de 15 dias para a cidade e eram primos de primeiro grauNa última quarta-feira (2/10), o corpo da mineira Camila da Silva Mendes, de Ipatinga, foi encontrado dentro de uma mala envolta por fita adesiva na cidade de Arruda dos Vinhos, em Portugal. De acordo com a Polícia Judiciária Lusitana, o suspeito do assassinato foi identificado Robson Mandela, de 38 anos, companheiro da vítima. O casal tinha se mudado há cerca de 15 dias para a cidade e eram primos de primeiro grau. Os vizinhos alegam que não perceberam nenhum tipo de sinal de violência ou agressividade de ambas as partes.

A mala que estava com o corpo da mulher chamou a atenção dos moradores da região, que, ao perceberem que se tratava de um corpo, ligaram para a Guarda Nacional Republicana, que confirmou que o cadáver era de uma mulher de aproximadamente 30 anos.

Segundo a Polícia Portuguesa, Camila foi morta com um golpe de arma branca. A investigação aponta que ela teria sido morta dentro de casa, próximo ao local onde ela foi encontrada.

De acordo com o irmão da vítima, Werleis Silva, em suas redes socais, o transporte do corpo tem prazo e um custo de R$ 30 mil. "Estamos lutando contra o tempo", declarou. Werleis e a família estão fazendo uma vaquinha para conseguir pagar os custos do traslado do corpo de Camila até o Brasil. "Infelizmente, Camila foi morta em Portugal deixando uma filha de 10 anos. Estamos terrivelmente abalados e precisamos de ajuda", continuou na postagem.

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Em um vídeo, o irmão ainda afirmou que apesar de a irmã ter sido morta na terça-feira e o corpo encontrado na quarta, ele só soube da notícia no dia seguinte. Além disso, ele afirmou que o governo português ficou neutro quando soube que a família não teria o dinheiro suficiente para trazer o corpo da mulher. "Eu consegui entrar em contato com o presidente da Câmara onde aconteceu o crime, o senhor André, porém, o governo português está neutro diante a situação. A embaixada afirmou que quem arca com tudo é a família. Acredito em nome de Deus que vai dar certo", disse, no vídeo.

O presidente da Câmara Municipal de Arruda dos Vinhos, André Santos Rijo, se manifestou sobre o caso via Facebook. "Neste tipo de crime, de violência doméstica, falhamos todos como comunidade", disse. "Desejo que seja feita a justiça e que este ato hediondo possa ter a censura da justiça penal, como merece. À família da vítima apresentamos as sentidas condolências perante uma perda tão prematura", terminou.

Por meio de nota, o Itamaraty explicou que, em caso de morte no exterior, "as embaixadas e os consulados brasileiros sempre procuram apoiar os famíliares com orientações gerais, na expedição de documentos (atestado de óbito, por exemplo), e também com contato com autoridades locais (especialmente para tentar agilizar e facilitar os trâmites)".

Feminicídios em Portugal

Em fevereiro deste ano, milhares de mulheres foram às ruas em Portugal protestar contra o índice recorde de feminicídio no país. Na cidade de Porto, mulheres e homens levaram cartazes com palavras de ordem, como ;Vivas, Livres, Unidas; e ;Parem de nos Matar;. Os protestos na época foram convocados após 10 mulheres sofrerem feminicídio no ínicio do ano.

No dia Internacional da Mulher, 8 de março, Portugal foi palco da primeira greve feminista no país, que tinha como lema ;Se as mulheres param, o mundo para;. Pautas como o aumento das taxas de feminicídio no país e a diferença salarial entre homens e mulheres foram as mais debatidas.

Vaquinha

Para ajuar com os custos do traslado do corpo de Camila, o irmão dela pede que os depósitos sejam feitos no Banco Bradesco, em nome de Lucileia Aparecida Silva Santana, agência 2107, conta: 671570-2, CPF: 072.819.526-78.

*A estagiária está sob supervisão da subeditora Ellen Cristie.

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