;Nos anos do presidente Lula tivemos o triplo de queimadas do que este ano;, afirmou. Segundo Salles, os dados são do próprio Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). ;Se há um período que foi muito ruim foi esse. Os números de 2004, 2005, 2010 são muito piores do que os de 2019;, completou.
O ministro esclareceu ainda que a ideia de contratar uma empresa privada para monitorar o desmatamento na Amazônia não serve para substituir o Inpe, órgão que faz as medições atualmente. De acordo com o ministro, a ideia ;em nenhum momento; foi a substituição dos dados do Inpe pelo sistema de alta resolução.
;A ideia é complementar os dados e as informações disponíveis ja existentes pelos dois sistemas do Inpe, o Deter e Prodes;, ressaltou Salles. ;O Inpe fará a interpretação dessas imagens;, completou. Em julho, a divulgação de dados sobre desmatamento produzidos Inpe gerou polêmicas. Na ocasião, o presidente Bolsonaro e o próprio ministro contestaram os números expostos.
Ao abordar a fragilização de órgãos como o Ibama e o ICMBio, o ministro também culpou gestões anteriores. ;Essa fragilização começou em gestões anteriores. E tem uma grande dificuldade de ser revertida principalmente pelos cortes orçamentários feitos. Os cortes não foram uma imposição do Ministério do Meio Ambiente. Eles atingiram todo o governo e inclusive a área ambiental;, disse.
Ao ser questionado sobre o Sínodo da Amazônia, encontro de bispos da Igreja Católica, que este ano, discute a floresta, o ministro Salles não quis se manifestar. ;Me reservo a posição de não me manifestar uma vez que questões de âmbito religioso tratam-se ali e as questões politicas ambientais tratamos nós aqui;, disse. O encontro começou no último domingo (6/10) e vai até 27 de outubro.
Volta ao Congresso
Em setembro, o ministro era aguardado na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, mas não compareceu à audiência e gerou irritação entre os deputados. De acordo com os parlamentares, na época, a assessoria alegou problemas de agenda do ministro.
[SAIBAMAIS]A última vez que Salles esteve presente na Câmara foi no início de agosto. Na ocasião Salles deixou a audiência pública na Comissão de Integração Regional e Desenvolvimento Regional da Amazônia, na Câmara dos Deputados, escoltado por seguranças após bate-boca com parlamentares da oposição. A visita ocorreu logo após a polêmica da demissão de Ricardo Galvão da diretoria do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Dessa vez, o ministro volta a Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados para prestar esclarecimentos sobre os números crescentes de desmatamento na Amazônia.
O pedido para a realização do debate foi feito pelo deputado Chico D;Angelo (PDT-RJ).