postado em 12/10/2019 04:15
A prefeitura de Salvador constatou fragmentos de petróleo em outras seis praias da capital: a do Flamengo, Jardim de Alah, Jardim dos Namorados, Piatã, Itapuã e Buracão (Rio Vermelho). Equipes do serviço de limpeza urbana da prefeitura, a Limpurb, estão atuando na limpeza e monitoramento das manchas de óleo em todas as praias de Salvador.
Até ontem, as oito capitais costeiras do Nordeste registraram a presença do óleo. No Piauí, cuja capital Teresina não fica na Costa, em quatro municípios litorâneos foram encontrados o material de origem desconhecida. A mancha já atinge 2,4 mil quilômetros do litoral brasileiro.
O resultado das amostras de petróleo encontradas no Nordeste, solicitadas pelo Ibama e pela Capitania dos Portos, e cuja análise foi feita pela Marinha e pela Petrobras, apontou que a substância encontrada é petróleo cru. O presidente da Limpurb, Marcus Passos, deu detalhes da operação de emergência que foi montada para diminuir os impactos ambientais. ;Coletamos aproximadamente 20 quilos de material até o momento;, disse Passos.
Ele acrescentou que o número de praias atingidas pode aumentar e que todo material recolhido está sendo guardado em locais isolados, à disposição para análise de órgãos ambientais federais e estaduais. ;É um dos maiores danos ecológicos em extensão do Brasil. Estamos falando de aproximadamente 2.400 quilômetros de litoral, ou seja, mais de 130 praias atingidas;, acrescentou o gestor da Limpurb.
O superintendente do Ibama na Bahia, Rodrigo Santos Alves, diz que o instituto se reuniu com as prefeituras dos locais atingidos, o governo do estado, representes do ministério público estadual e federal e de universidades. Segundo ele, os encontros serão frequentes com o objetivo de tomar providências, discutir os desdobramentos do desastre e traçar estratégias para diminuir os danos ambientais. ;Esse problema gera um grande impacto indesejado no turismo, no comércio e nas atividades de lazer. Há também uma preocupação grande em relação à fauna;, disse.
O diretor de fiscalização do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), Marcos Machado, disse que ainda não há como mensurar a alcance da tragédia e todos os impactos. ;É um exemplo inédito no país, o que chamamos de mancha órfã. Não sabemos exatamente de onde vem;, disse.
Em Brasília, a Sala de Acompanhamento da Operação do Sistema Hídrico do Rio São Francisco, coordenada pela Agência Nacional de Águas (ANA), fez uma reunião extraordinária ontem. No encontro, foi debatida a situação na foz do rio, onde a mancha de óleo chegou na quarta-feira, e formas de mitigação do problema por meio da operação dos reservatórios localizados da bacia hidrográfica do rio São Francisco. Representantes de Alagoas e Sergipe apresentam a situação de momento na região da foz do São Francisco atingida pela mancha de óleo, além das medidas que estão sendo tomadas para minimizar os impactos constatados no rio.
A vazão defluente da usina hidrelétrica de Xingó, no São Francisco, foi modulada de forma a evitar que o óleo avance. A usina poderá ter sua vazão aumentada de 800 metros cúbicos por segundo para 1.300 metros cúbicos por segundo, caso o Ibama acione a ANA.
* Estagiário sob supervisão de Cláudia Dianni