postado em 15/10/2019 04:14
;Um professor e uma professora valorizados, reconhecidos e bem pagos são a chave para a construção de uma escola pública, democrática, laica e de qualidade para todos;, disse a professora Patrícia Ramiro, que leciona para crianças nos primeiros anos de escola na Escola Classe 15 de Sobradinho. Atualmente, o Brasil conta com mais de 2,2 milhões de professores na educação básica, conforme o Anuário da Educação Básica, divulgado em junho deste ano.
Segundo o ranking da Organização para o Desenvolvimento Econômico (OCDE), porém, os salários dos docentes brasileiros ainda são muito baixos, pois figuram em 42; lugar em uma lista de 45 países. Divulgado em setembro, o estudo é feito com informações de 2016, 2017 e 2018 e mostra que os salários no Brasil, em 2017, era equivalente a US$ 14.775 por ano, ou R$ 48.757,00 (considerando o dólar a 3,30, em dezembro de 2017, conforme dados do Banco Central) bem abaixo do mínimo estabelecido pela organização, de US$34.540 por ano ou R$ 113.982,00. O Brasil também estava abaixo de todos os outros países latino-americanos presentes no documento e muito atrás de países emergentes como Israel e Turquia. O país também ocupa o 7; lugar no ranking das turmas mais cheias, com uma média de 28 alunos cada, empatando com México e Coreia do Sul. Número acima da média dos países da OCDE, grupo das economias mais emergentes, que possuem classes com 23 alunos, em média, nos anos finais do ensino fundamental.
Por outro lado, os gastos brasileiros em educação, contando com a mão de obra de professores e auxiliares, correspondiam a 5,6% do Produto Interno Bruto (PIB), maior do que a média dos países da OCDE, de 4,4% do PIB, mas abaixo de países como Suécia (5,8%), Bélgica (5,7%), Islândia (5,7%), Finlândia (5,8%) e Noruega (7,2%). Mesmo assim, o Brasil apresenta um dos gastos mais baixos por aluno nas instituições públicas de ensino, de US$ 4, 5 mil por ano, abaixo da média dos países presentes no estudo, de US$ 10, 4 mil anuais.
De acordo com Catarina de Almeida Santos, professora da Universidade de Brasília e coordenadora do Comitê Distrito Federal da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, a ausência de investimento em educação evidencia que o processo educativo e o docente não são tratados como prioridades pela sociedade. ;Todos os estudos no país e fora sempre vão apontar que, no processo educativo, o elemento mais importante para garantir uma educação de qualidade é o professor;, disse. ;Isso não significa que ele sozinho vai fazer a educação, mas ele é uma peça essencial no processo de garantir o direito à educação, processo de formação dos alunos, de garantia da aprendizagem;, completou. ;Nossos professores têm salário inicial muito baixo, condições de trabalho adversas e não têm planos de carreiras atrativos;, lamentou.
*Estagiárias sob supervisão
de Cláudia Dianni