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Prédio de sete andares desaba em Fortaleza

Cerca de 300 homens, além de cães farejadores, trabalham na retirada das vítimas dos escombros. Foram resgatadas nove pessoas e nove estão desaparecidas

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 16/10/2019 04:14
Corpo de Bombeiros pede silêncio à vizinhança para conseguir localizar vítimas

Um prédio residencial desabou ontem de manhã no bairro Dionísio Torres, área nobre de Fortaleza. Pela manhã, o Corpo de Bombeiros local confirmou a morte de uma pessoa, mas, por volta das 18h30, as autoridades do governo estadual passaram a informar que não há nenhuma vítima fatal em decorrência do desabamento na capital cearense, mas não prestou muitos esclarecimentos sobre a confusão de informações.

As autoridades informaram ainda que nove pessoas foram resgatadas com vida dos escombros e nove estão desaparecidas. O edifício Andreia tinha sete andares e ainda não há informações sobre a causa do desmoronamento.

O grupo de WhatsApp do condomínio publicou vídeo na noite anterior, feito por um morador, com bate-papo sobre as condições precárias das colunas do prédio, que estava em reformas.

O resgate das vítimas iniciou logo após o desabamento, que ocorreu às 10h30, e se estendeu até a noite. O prédio localizava-se a cerca de três quilômetros da Praia de Iracema, ponto turístico da cidade. O estudante de arquitetura David Sampaio Martins, 22 anos, morador do edifício, que estava nos escombros, enviou uma selfie no grupo da família, sorrindo e fazendo o sinal de positivo, para tranquilizar os familiares. Ele foi a oitava pessoa a ser resgatada. O Corpo de Bombeiros informou que há 300 homens trabalhando no local e que as buscas pelos desaparecidos vão continuar por mais 24 horas.

A região em torno do edifício foi bloqueada a pedido do Corpo de Bombeiros, que também solicitou que todos os moradores da área deixassem suas residências e fizessem silêncio, de modo a facilitar a localização das vítimas. De acordo com os bombeiros, há risco de explosões devido a um possível vazamentos de gás, além da possibilidade de choques elétricos por causa dos fios de energia espalhados pela rua.

De acordo com relatos de testemunhas, após a construção começar a cair, foram vistas pessoas correndo para longe do condomínio. Transeuntes que passavam pelo local tiveram ferimentos e foram encaminhados para clínicas próximas ao prédio. Os entulhos caíram sobre casas vizinhas e sobre um caminhão.



Os moradores também disseram que a maior parte da população do prédio é formada por casais e idosos. Os bombeiros estimam que boa parte dos moradores não estava no local na hora do desabamento, que ocorreu em horário comercial. Alguns moradores alegaram que parte dos apartamentos estava desocupada devido aos sinais de deterioração dos pilares do prédio. Um bombeiro presente no local afirmou que o prédio caiu como se tivesse sido implodido e tombado, em parte, na direção da rua.

A Prefeitura de Fortaleza informou, em comunicado, que montou um plano de contingência para atender as vítimas. Profissionais do Instituto Dr. José Frota (IJF), no Centro de Fortaleza, maior hospital de urgência e emergência do Ceará, foram deixados de prontidão para os atendimentos, junto com equipes de outras três unidades de saúde (UPA, Frotinhas e Gonzaguinhas).

No início de junho, um prédio no bairro Maraponga teve desabamento parcial, depois da queda das colunas de sustentação. Na ocasião, moradores precisaram ser retirados de casas vizinhas. A Polícia Civil do Ceará indiciou os proprietários pelos crimes de desabamento e dano qualificado, há duas semanas.

* Estagiária sob supervisão de Cláudia Dianni

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