postado em 16/10/2019 04:14
O Instituto de Meio Ambiente (IMA) de Alagoas começou a organizar mutirões para limpar as praias atingidas pelas manchas de óleo. A primeira ação coletiva aconteceu ontem na Barra de São Miguel, Litoral Sul.
De acordo com o IMAS, para ajudar na limpeza, uma equipe de educação ambiental convidou voluntários para o mutirão de remoção das placas de petróleo das praias, como moradores, comerciantes, donos de pousadas e hotéis. A ação serpa repetia na quarta e na sexta-feira. O material recolhido será enviado para uma central de tratamento de resíduos.
Em Sergipe, já foram retiradas 240 toneladas de material das praias atingidas. Catorze unidades de conservação federais marinhas foram atingidas pelo óleo que polui o litoral nordestino desde o início de setembro, de acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), órgão ligado ao Ministério do Meio Ambiente. As áreas de conservação são parques nacionais ou reservas voltadas para a proteção ambiental e extrativista, e estão localizadas entre o Maranhão e o Sergipe. Segundo o ICMBio, os danos mais visíveis envolvem as tartarugas que foram cobertas pelo óleo. O Projeto Tamar tem resgatado filhotes para soltá-los em alto-mar na Reserva Biológica Santa Isabel, em Sergipe.
O óleo que se estende por mais de 150 praias dos nove estados nordestinos também chegou à foz do Rio São Francisco. A Agência Nacional de Águas (ANA) autorizou, esta semana, o aumento da vazão defluente da usina hidrelétrica de Xingó, quando necessário, para conter o avanço do óleo. O óleo identificado tem características do petróleo produzido na Venezuela e o governo pede explicações à empresa, Shell, já que tambores da empresa foram localizados nas áreas atingidas. Análises feitas pela Universidade Federal de Sergipe verificaram que o material encontrado no interior dos barris é o mesmo das manchas de óleos. A multinacional alega que os tambores transportaram outro tipo de produto e que podem ter sido reutilizados. A Marinha e a Polícia Federal investigam o vazamento. Um mês depois do início dos vazamentos, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, sobrevoou a região.