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Recursos para mitigar efeitos do óleo no NE 

Correio Braziliense
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postado em 25/10/2019 04:04
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Para tentar amenizar os efeitos da tragédia ambiental causada pelo vazamento de óleo no litoral nordestino, que já afeta 233 pontos em 88 municípios dos nove estados da região, o presidente da República em exercício, Davi Alcolumbre (DEM-AP), deve editar uma medida provisória para liberar recursos emergenciais aos governos e prefeituras da região por onde a mancha de óleo se espalha desde o início de setembro.

Ontem, ele visitou as praias da Barra de São Miguel (AL) e de Aruana, em Aracaju (SE), ambas atingidas pela substância, e afirmou que quer uma medida provisória para liberar recursos federais para que estados e municípios possam prover aporte aos trabalhadores nas regiões atingidas e que já retiraram mais de mil toneladas do material das praias do Nordeste.

;Identificamos que será muito mais cômodo e produtivo se o governo federal puder, do ponto de vista legislativo, auxiliar o Nordeste, partindo do princípio de que uma MP pode resolver imediatamente o custeio e manutenção das despesas (com a limpeza das praias). O parlamento brasileiro é reticente com esse instrumento chamado MP, mas é uma ferramenta eficaz de combate imediato a episódios dessa natureza, já utilizada por outros governos;, declarou o presidente interino.

;O trabalho que a gente pode fazer é apoiar as ações e ajudar os prefeitos e os estados a terem mais recursos, e resolver esse problema, contratando pessoal para a limpeza das praias. Esse drama é um episódio único e de proporções inimagináveis na história do nosso país;, disse.

Tão logo assumiu a presidência como interino, Alcolumbre anunciou a viagem às praias nordestinas, a primeira de chefe do Executivo ao local desde que as manchas apareceram no início do mês passado. Até ontem, nem o presidente Jair Bolsonaro nem o vice-presidente Hamilton Mourão visitaram as localidades afetadas.

;A nossa vinda é um gesto político e institucional com o nosso país. É um gesto com uma região que tem nosso reconhecimento pela sua capacidade de desenvolvimento econômico a partir do turismo, mas é também uma preocupação do governo central: o que fazer para diminuirmos os danos causados?;, justificou o presidente em exercício.

Ele assinou um decreto para prolongar, por mais 60 dias, por área e grupos específicos atingidos, o período de seguro-defeso a 60 mil pescadores, nos casos de grave contaminação por agentes químicos, físicos e biológicos. As manchas de óleo fizeram com que diversas localidades pesqueiras fossem atingidas, o que comprometeu a atividade pesqueira.


  • Voluntários sofrem intoxicação

    Algumas pessoas que ajudaram a remover o óleo encontrado nas praias de Pernambuco tiveram sintomas de intoxicação. Dezenove pessoas chegaram a ser hospitalizadas em São José da Coroa Grande e em Ipojuca. Os sintomas relatados são dor de cabeça, enjoo, vômitos, erupções e pontos vermelhos na pele, além de possíveis sintomas respiratórios. Em sete dias, foram recolhidas 985 toneladas de resíduos nas praias do estado. As substâncias encontradas no petróleo são benzeno, totuleno e xileno, perigosos a longo prazo, com potencial cancerígeno e para causar prejuízos ao sistema nervoso central, segundo especialistas.

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