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Explosão em obra da Lagoa da Pampulha, em BH, deixa 5 feridos

Acidente ocorreu no vertedouro da Lagoa da Pampulha em Belo Horizonte. Vítimas foram levadas para Hospital João XXIII

Aissa Mac*/Estado de Minas, Deborah Lima*/Estado de Minas, Cecília Emiliana/Estado de Minas, Mateus Parreiras/Estado de Minas
postado em 25/10/2019 17:53
[FOTO1]Uma explosão feriu operários que trabalhavam em uma obra em um vertedouro da Lagoa da Pampulha, no entroncamento da Avenida Otacílio Negrão de Lima com a Avenida Antônio Carlos, em Belo Horizonte. As três vítimas foram internadas em estado grave. De acordo com a Polícia Civil, o laudo pericial irá ficar pronto em 10 dias, podendo ser prorrogado a depender da complexidade do caso.

Segundo o Corpo de Bombeiros, a explosão ocorreu em uma galeria e três funcionários da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) que trabalhavam no local foram atingidos. Viaturas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) também foram mobilizadas.

Três pessoas estavam no interior da galeria no momento da explosão. Às 12h55, todas já haviam sido retiradas e foram encaminhadas ao Hospital João XXIII. Os operários estavam conscientes e sofreram queimaduras. A Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura informou ao Estado de Minas que está apurando o ocorrido. O titular da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) - vinculada à secretaria -, Henrique Castilho, esteve no local, e afirmou que a preoupação agora não é com o ocorrido, mas com as pessoas que ficaram feridas.

De acordo com o tenente Leandro Gomes, do Corpo de Bombeiros, os feridos estavam a cerca de 6 a 8 metros de profundidade no momento do acidente. O vertedouro tem 20 metros de profundidade no total. O tenente informou que vários fatores podem ter causado a explosão, entre eles, decomposição de alguma matéria orgânica. Os motivos serão analisados pela Polícia Civil.

A perícia da Polícia Civil investiga uma possível combustão por gás causada por acúmulo de resíduos. No momento do acidente, os trabalhadores estavam realizando manutenção do vertedouro, uma soldagem nas estruturas metálicas, que geram faíscas e podem ter causado a explosão.

O Corpo de Bombeiros solicitou que abrisse as comportas para que a estrutura se enchesse de água para evitar nova explosão caso ainda estivesse presença de gases no interior do vertedouro.

O acidente complicou o trânsito na região. O mapa do aplicativo Waze aponta engarrafamento na Avenida Otacílio Negrão de Lima, no trecho compreendido entre o Pampulha Iate Clube (PIC) e a Estação Move Pampulha. A retenção alcançou também Avenida Pedro I, do Shopping Via Brasil até a barragem. Uma faixa no sentido Centro está bloqueada. O trânsito na Avenida Antônio Carlos e no entorno da lagoa também está bem complicado. Na Avenida Portugal, o congestionamento vai do Clube Labareda à Rua dos Estados, nos arredores do PIC.

Sobre o vertedouro da barragem

As obras no vertedouro, estrutura em forma de tulipa no encontro das avenidas, começaram em maio. Como o Estado de Minas mostrou na época, a intervenção contempla a recuperação do concreto e de galerias, construção de nova comporta e recuperação da existente, além de reforma da passarela de concreto para acesso ao vertedouro.

A Lagoa da Pampulha tem dois tipos de vertedouros, que servem para controlar a vazão das águas: um do tipo tulipa, atualmente em obras, e outro em canal retangular. O do tipo tulipa tem formato de taça, se prolonga verticalmente, e foi construído logo após a barragem, na década de 1940.

O outro vertedouro tem estrutura horizontal, com 41 metros de largura e 5,5 metros de altura, e foi feito em 2002 para aperfeiçoar o escoamento das águas de chuvas acumuladas na lagoa. Na mesma época, foi feita a recuperação da comporta do vertedouro tulipa. Depois da reconstrução da Barragem da Pampulha, após o seu rompimento, em 1955, o reservatório recebeu um vertedor de serviço tipo tulipa, com capacidade de 120 m;/s e um vertedor de emergência no canal lateral capaz de escoar 570 m;/s, ambos localizados na ombreira esquerda.

No ano de 2000, definiu-se a construção de um novo vertedor tipo canal lateral (com fechamento dos anteriores). Porém, no período chuvoso de 2002/2003 ocorreram chuvas intensas que provocaram inundações na orla. Foi constatado, que o vertedor lateral de soleira livre tinha uma capacidade de operação inferior ao do vertedor tipo tulipa para as pequenas elevações da lâmina d;água. Com isso, concluiu-se pela necessidade de rebaixamento da cota da soleira do novo vertedor de soleira livre e pela reabertura do vertedor tulipa, de forma que os dois poderiam a funcionar simultaneamente. Atualmente a capacidade do vertedor tulipa é de cerca de 50m;/s.

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