O ator e diretor Jorge Fernando morreu na noite de ontem, pouco depois das 20h, aos 64 anos, vítima de uma parada cardíaca, no hospital Copa Star, em Copacabana. Segundo um amigo da família, ele deu entrada no hospital na parte da tarde, depois de se sentir mal. Jorginho, como era conhecido entre amigos e colegas de profissão, sofreu um acidente vascular cerebral em janeiro de 2017 e, desde então, lutava para superar as sequelas deixadas pelo AVC. A saúde já havia sido abalada, meses antes, quando ficou internado devido a uma pancreatite.
O primeiro grande trabalho de Jorge Fernando foi o especial Ciranda Cirandinha, da Rede Globo, de 1978, que lançou, entre outros, o cantor e ator Fábio Júnior e a atriz e diretora Denise Bandeira. Carioca do Meier, Fernando ficou conhecido pela verve humorística e se especializou em fazer novelas para a emissora com viés das chanchadas da Atlântida, das quais era admirador.
Jorginho dirigiu 35 novelas na emissora, além de peças teatrais e musicais. Seu último trabalho foi Verão 90, que marcou o retorno dele à telinha depois do AVC. Além da direção, fez pequena participação na trama.
Contou, desde o início, com apoio da mãe, a atriz Hilda Rebello, tornada um emblema pela regularidade com que integrou as obras dirigidas pelo filho. Ela foi produtora do espetáculo Zoológico, estrelado e dirigido por Jorginho.
Pela veia do humor, ajudou a cunhar clássicos da teledramaturgia nacional. Com renomados autores de novelas, dentre os quais Sílvio de Abreu, Cassiano Gabus Mendes e Carlos Lombardi, respondeu pela direção de novelas como Guerra dos sexos, Brega & chique, Rainha da Sucata e Que rei sou eu?. A colaboração com o escritor Walcyr Carrasco rendeu sucessos como Êta mundo bom, Chocolate com pimenta e Alma gêmea.
Na telinha, também aparecia como ator. Fernando usava muito da escola de humor suburbano, que abriu a trilha para atores, autores e diretores, dentre os quais se destacou Miguel Fallabela. Não à toa, colaborou com o seriado Sai de baixo e, no cinema, com a comédia A guerra dos Rocha (2008), em que comandou o ator Ary Fontoura. Não perca o Tom, estrelado por Tom Calvalcante, foi um dos projetos de teatro que lhe deu notoriedade. Entre colaboradores frequentes estiveram as atrizes Fernanda Montenegro e Claudia Raia.
Diversos artistas lamentaram a perda do diretor nas redes sociais. A escritora Glória Perez disse que vai sentir falta do amigo: ;Mais um amigo querido indo embora tão cedo! você vai fazer tanta falta, Jorginho, com sua alegria, seu entusiasmo, seu talento... Sem palavras aqui!”.
Marcelo Adnet também foi às redes lamentar a perda do diretor: ;Que pena a partida precoce do grande Jorge Fernando. Boom! Lembrarei dele pela simpatia e sua grande energia sempre! Muito carinho e força à Dona Hilda Rabello;.