postado em 07/11/2019 04:14
[FOTO1]O Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis) da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) encontrou uma fotografia de satélite que revela uma mancha em forma de rastro, no litoral nordestino, 40km ao norte de São Miguel do Gostoso (RN). A marca segue trajetória similar à realizada pelo petroleiro Bouboulina, apontado pelo governo brasileiro como principal suspeito pelo crime. No entanto, segundo o jornal O Globo, o rastro ; de 85km de comprimento ; apareceu antes de o navio grego passar pela rota.
A descoberta foi feita pelo grupo comandado pelo cientista Humberto Batista. E indica que pode haver outro petroleiro suspeito de ter causado o derramamento de óleo no Nordeste.
A imagem foi feita por um sensor do satélite europeu Sentinel-1A, que detecta variações sutis de altitude, como as próprias ondas do mar, além de propriedades elétricas dos líquidos ; como as que distinguem água salgada de óleo, por exemplo. A mancha apareceu parcialmente numa imagem de 24 de julho, enquanto que o levantamento feito pela empresa brasiliense Hex definiu que o Bouboulina só passou naquela área por volta de 29 de julho.
Cinco petroleiros
Na terça-feira, o governo brasileiro pediu às autoridades gregas dados relativos a cinco petroleiros, além do Bouboulina, de propriedade da Delta Tankers. São eles Maran Apollo (da Maran Tankers), Maran Libra (da Florian Marine), Minerva Alexandra (da Minerva Marine) e Cap Penbroke (da Euronav). A Delta Tankers se defendeu por meio de nota garantindo que ;realizou uma pesquisa completa do material a partir de câmeras, dados e registros e não há provas de que a embarcação tenha parado, realizado operações (como transferência de óleo) entre navios, ter perdido ou derramado carga, desacelerado ou desviado do curso, no caminho entre Venezuela e Melaka, na Malásia;.
Enquanto isso, autoridades da Marinha, da Polícia Federal e do Ibama afirmam que o óleo encontrado no Nordeste está diminuindo. Segundo o governo, desde a noite de domingo, quatro mil toneladas de óleo foram retiradas de 314 localidades, em 110 municípios. As praias do Ceará, do Rio Grande do Norte, da Paraíba e de Pernambuco não têm vestígios de óleo.
O comandante de Operações Navais da Marinha, Leonardo Puntel, afirma que o número de casos tende a diminuir. Já o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, reitera a dificuldade em identificar novos surgimentos de manchas.
A operação para retirada dos resíduos do óleo nas praias do Nordeste ganhará reforço de homens do corpo de Fuzileiros Navais da Marinha. De acordo com o governo, ainda faltam ser limpos os manguezais e arrecifes. Mais de 10 mil pessoas trabalham para minimizar os danos ao meio ambiente.