Brasil

Rendimento mensal de brancos é 73,9% maior do que o de negros

De acordo com o estudo publicado, nesta quarta-feira (13/11), o rendimento médio mensal dos brancos é de R$ 2.796, enquanto o de negros e pardos é de R$ 1.608

Maria Eduarda Cardim
postado em 13/11/2019 10:00

[FOTO1] No mês em que se celebra o Dia Nacional da Consciência Negra, um estudo Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que o rendimento de pessoas brancas é 73,9% maior do que o da população negra. De acordo com o estudo publicado, nesta quarta-feira (13/11), o rendimento médio mensal dos brancos é de R$ 2.796, enquanto o de negros e pardos é de R$ 1.608. Uma diferença maior que R$ 1 mil.

Segundo o IBGE, a desigualdade salarial pode ser vista tanto nos estados que apresentaram os menores rendimentos, quanto nos estados que registraram rendimentos mais elevados, como o Distrito Federal. No DF, o percentual da diferença salarial média é um pouco menor que a nacional, mas ainda assim é alto.

O rendimento médio mensal da população de pessoas brancas, que é de R$ 4.795, foi 53,3% superior ao da população de negros, que ganha em média R$ 3.127 por mês. Assim como no Brasil, no DF, a diferença no rendimento dos brancos e negros é vista nas ocupações formais e, também, nas informais.

A diferença salarial também pode ser vista quando o recorte é o grupo que tem os maiores rendimentos. Apesar da população negra ser maioria no Brasil, o grupo representou apenas 27,7% das pessoas dos 10% com os maiores rendimentos do país.

O cenário da desigualdade salarial entre brancos e negros se mantém independente do nível de instrução das pessoas empregadas, mas a maior diferença pode ser notada entre as pessoas que possuem o ensino superior completo.

Além do salário, a desigualdade racial pode ser vista também na ocupação dos cargos de gerência. A maioria destes cargos, 68,6%, é ocupada por pessoas brancas, enquanto os negros ocupam 29,9%.

Educação também mostra desigualdade

Em relação aos indicadores educacionais, a pesquisa revelou um aumento do percentual de jovens negros de 18 a 24 anos que cursam o ensino superior em relação ao ano de 2016. Em 2016, 50,5% desses jovens frequentavam universidades. Em 2018, o percentual cresceu e foi de 55,6%.

No entanto, apesar do crescimento, o número ainda é inferior aos 78,8% dos estudantes brancos da mesma faixa etária que estavam no ensino superior em 2018. É no ensino superior que as desigualdades sociais atingem o ápice, mas elas podem ser vistas no decorrer do percurso escolar.

A frequência de crianças negras de 0 a 5 anos em creches ou escolas ainda é inferior quando comparada com o mesmo grupo da população branca. A frequência de negros e pardos, em 2018, era de 53,0%, enquanto a de crianças brancas era de 55,8%.

A melhora dos indicadores educacionais também foi vista na taxa na analfabetismo, mas a desigualdade entre raças também ainda é notada neste recorte da pesquisa.

A taxa de analfabetismo das pessoas pretas ou pardas de 15 anos ou mais passou de 9,8% para 9,1%, de 2016 para 2018. A taxa de analfabetismo da mesma população branca é quase três vezes menor: 3,9%.

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