Brasil

Ministério da Agricultura libera registro de 57 agrotóxicos genéricos

De acordo com o Ministério, um dos objetivos da liberação de produtos genéricos, foi aumento da concorrência no mercado e diminuir o preço dos produtos com a ampla variação

André Phelipe*
postado em 27/11/2019 14:00
[FOTO1]O Ministério da Agricultura, por meio da Secretaria de Defesa Agropecuária e Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas, liberou nesta quarta-feira (27/11) o registro de mais 57 agrotóxicos genéricos. Esses novos produtos já possuem ingredientes ativos presentes em outros produtos já existentes no mercado. Ao todo são 323 liberados até o momento.

Dos 57 já liberados, dois deles são inéditos. Um agrotóxico é feito a base da vespa Telenomus podidi e poderá ser utilizado nos campos para combater o percevejo marrom, uma das pragas mais presentes nas plantações de soja. O registro do produto está publicado no Diário Oficial da União.

Entre os agrotóxicos liberados e que tiveram registro publicado, 12 são de origem biológica ou orgânica, que podem ser utilizadas tanto na agricultura tradicional quanto na orgânica.

"Atualmente, o percevejo marrom é uma praga de grande importância na cultura da soja, que só contava com opções químicas para o seu controle. Esta vespa parasita ovos do percevejo marrom favorecendo uma diminuição populacional da praga e aumentando o número de inimigos naturais no campo;, detalha o coordenador de Agrotóxicos e Afins do Ministério da Agricultura, Carlos Venâncio.

O outro defensivo agrícola aprovado pela pasta é formulado à base de óleo de casca de laranja, que combaterá principalmente o pulgão, inseto presente nos cultivos de alface, agrião, brócolis, couve-flor, espinafre, repolho e rúcula.

De acordo com o Ministério, um dos objetivos da liberação de produtos genéricos, foi de aumentar a concorrência no mercado e diminuir o preço dos produtos com a ampla variação que se terá. O outro apontado pela pasta, é de aprovar novas moléculas, menos tóxicas, e substituir os produtos antigos.

O Ministério da Agricultura, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) são os órgãos responsáveis pelas análises de registros no Brasil.

Agrotóxicos suspensos

Cerca de 400 agrotóxicos podiam estar liberados no Brasil se não fosse uma decisão de suspensão expedida pela Justiça do Ceará. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), por meio da Secretaria de Defesa Agropecuária, que cuida, entre outros assuntos, de agrotóxicos, publicou, na manhã desta segunda-feira (25/11), no Diário Oficial da União (DOU), o ato 81 que suspende a liberação de 63 novos produtos que haviam sido autorizados no meio do ano.

A ação movida há dois meses pelo deputado federal Célio Studart (PV-CE) pede a suspensão imediata dos produtos, alegando que o ritmo de liberação de agrotóxicos no país já superou a marca histórica de medição. Até setembro, cerca de 325 produtos tinham sido liberados no país e, com os 63 novos, o número poderia passar se aproximar de 400.

"É uma vitória muito grande conseguirmos a suspensão desses novos agrotóxicos. Houve um aumento expressivo na liberação desses produtos nos últimos anos em nosso país, sem qualquer preocupação com as consequências para o meio ambiente e a saúde dos brasileiros;, afirmou Studart.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação