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Brigadistas são soltos no Pará

Correio Braziliense
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postado em 29/11/2019 04:14

O juiz Alexandre Rizzi, da 1; Vara da Comarca de Santarém, mandou soltar os quatro membros da ONG Brigadas de Alter do Chão, que estavam detidos desde quarta-feira. Foram libertados Daniel Gutierrez Govino, João Victor Pereira Romano, Gustavo de Almeida Fernandes e Marcelo Aron Cwerner. Eles são ligados aos brigadistas de Alter do Chão e ao Instituto Aquífero Alter do Chão e ao Projeto Saúde e Alegria.

A soltura dos membros da ONG já tinha sido solicitada ontem pela defesa, mas havia sido negada pelo juiz. Em sua justificativa para ter mudado de ideia sobre a prisão preventiva apenas um dia depois, o juiz argumentou que a Polícia Civil do Pará, em suas buscas, recolheu ;enorme quantidade; de aparelhos eletrônicos e documentos, o que deverá demandar muito tempo para apuração. Por isso, não se justificaria a manutenção da detenção, uma vez que os quatro detidos também prestaram informações ontem à investigação.

Quando negou o pedido de liberdade na quarta, a Justiça do Pará já sabia do volume de material apreendido e dos depoimentos prestados. A concessão da liberdade exige que os quatro integrantes da ONG entreguem à Justiça seus passaportes no prazo de 48 horas. Estão proibidos de deixar o município nos próximos 15 dias, devem permanecer em casa entre 21h e 6h, além de prestar informações na comarca sobre suas atividades uma vez por mês.

Já o governador do Pará, Hélder Barbalho (MDB), anunciou ontem a troca do delegado que cuida do caso. A presidência do inquérito, que estava a cargo da Polícia Civil de Santarém, agora terá o comando do diretor da Delegacia Especializada em Meio Ambiente, Waldir Freire. De acordo com Barbalho, a mudança é ;para que tudo seja esclarecido da forma mais rápida e transparente possível.; Disse que ;ninguém está acima da lei, mas também ninguém pode ser condenado antes de esclarecer os fatos.;

O Ministério Público Federal do Pará afirmou que, até o momento, não há provas que apontem ligação dos membros da ONG aos incêndios ocorridos em setembro na região. Cerca de 180 entidades ambientalistas e de direitos humanos criticaram a prisão dos brigadistas.

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