postado em 30/11/2019 04:14
[FOTO1]Depois de contingenciar recursos das universidades federais por 2019 quase todo, o Ministério da Educação divulgou ontem a liberação de R$ 125 milhões em recursos extras para as universidades federais. De acordo com a pasta, o dinheiro veio da Secretaria de Educação Superior (Sesu) e deverá ser investido em energia renovável e na conclusão de obras paradas nos câmpus.
;É o dinheiro da Sesu. Estamos remanejando, mexendo e buscando eficiência;, declarou o ministro da Educação, Abraham Weintraub. O dinheiro deverá ser gasto da seguinte forma: 65% da verba, cerca de R$ 81,2 milhões, terão que ser destinados à aquisição de placas fotovoltaicas, e 35% poderão ser usados na conclusão de obras paradas ou em andamento. O objetivo é ter um retorno do investimento em quatro anos. O MEC prevê que a instalação de painéis solares deve gerar uma economia nas contas de energia elétrica de até R$ 25,5 milhões ao ano.
Dois critérios serão levados em consideração para escolher quais universidades receberão esses recursos: R$ 87,5 milhões serão distribuídos para as instituições que custam menos ; quanto menor o custo por aluno, maior será o recurso recebido; R$ 37,5 milhões serão distribuídos para aquelas unidades que tiverem os melhores desempenhos.
;Hoje, o planejamento orçamentário é bastante desigual entre as universidades. Queremos, primeiro, reduzir as iniquidades, mas também premiar a qualidade;, disse o secretário de Educação Superior, Arnaldo Lima. Para ele, a medida estabelece uma nova forma de gerir os recursos no Brasil. ;Estamos começando a implantar a cultura do esforço e da eficiência, e isso vai fazer uma revolução no desenvolvimento do país;, explicou.
Weintraub, que no início do ano criticou algumas das universidades públicas do Brasil, disse que pretende mostrar uma nova realidade. ;Eu tenho dito que nas universidades federais tem muita coisa boa. O modelo anterior das universidades concentrava renda nos centros urbanos tradicionais do Brasil. O que a gente está mostrando é uma nova realidade;, afirmou.
Pouco dinheiro
O presidente do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), Antônio Gonçalves, acredita que todo recurso extraordinário para o ensino superior público é bem-vindo, porém considera que o valor que será dividido entre as 63 universidades federais ainda é pequeno. ;Diante dos cortes que o orçamento da educação tem sofrido, desde 2015, esse valor se torna extremamente irrisório à frente do montante que foi cortado;, avalia.
O professor da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) entende que o efeito da medida é pequeno. ;A medida tem um efeito mais midiático, e não deve sanar a inanição financeira pela qual passam as universidades de ensino superior federais.;
Procurada, a Universidade de Brasília (UnB) afirmou que não recebeu informações oficiais sobre o anúncio do MEC. ;A área técnica ainda fará uma análise das informações apresentadas assim que receber a documentação oficial do Ministério;, afirmou em nota.