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Mulher é presa ao recusar corrida com taxista em BH: ''Não ando com negro''

Na delegacia, segundo o boletim de ocorrência da Polícia Militar, a mulher ainda chamou uma sargento de ''sapata''

Larissa Ricci/Estado de Minas, João Henrique do Vale/Estado de Minas
postado em 06/12/2019 09:24

[FOTO1]Mais um crime de discriminação racial foi registrado em Belo Horizonte. Desta vez, contra um taxista na Avenida Álvares Cabral, no Bairro Santo Agostinho, na Região Centro-Sul. Segundo o boletim de ocorrência, uma mulher afirmou a um motorista que não andava com negros. Segundo a Polícia Militar (PM), na delegacia a autora ainda chamou uma sargento de "sapatão".

O caso aconteceu na tarde desta quinta-feira (5/12). Segundo o registro policial, o taxista Luis Carlos Alves Fernandes, de 51 anos, estava parado na Avenida Álvares Cabral em frente a Justiça Federal quando avistou Natália Gomes, de 36. "Foi por volta de 14h. Vi a mulher acompanhada de um senhor com dificuldade para andar. Ela passou pelo ponto de táxi, olhou dentro de três e não entrou. Foi quando eu perguntei educadamente: ;você precisa de um táxi?;. E ela me respondeu: ;até preciso, mas não ando com negro;. Foi quando questionei e ela repetiu: ;eu não gosto de negro;", relatou o taxista.

[SAIBAMAIS]Neste momento, ele disse que ela estava sendo racista e a mulher o surpreendeu dizendo "eu sou racista". De acordo com Luis, ele disse que chamaria a polícia e ela ainda cuspiu em seu pé. "Ela chegou entrar em um dos táxis. Mas nos impedimos de seguir. Todos ficaram muito revoltados, queriam agredi-la. Mas, a polícia chegou muito rápido", contou. "Até então, ela estava muito calma. Ela se exaltou ao chegar na delegacia onde precisou ser algemada", completou.

Mesmo detida pelos militares, segundo o boletim de ocorrência, a mulher continuou exaltada. Segundo a PM, uma sargento pediu para ela se sentar na delegacia e como resposta foi chamada de ;sapata;. A vítima conta que a mulher foi muito arrogante e tinha certeza da impunidade. "Ela achou que iria dizer o que disse e sairia impune. Disse que o pai é delegado e repetia "você não sabe com quem está falando".

O advogado da mulher e a irmã da vítima não conversaram com a reportagem do Estado de Minas. Até às 20h, o taxista e a mulher estavam sendo ouvidos na Central de Flagrantes. Ainda será definido se o crime caracteriza-se racismo ou injúria racial.

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