Augusto Fernandes
postado em 07/12/2019 07:00
[FOTO1]Em junho de 1993, a cidade de Viena sediou a Conferência Mundial sobre Direitos Humanos, promovida pela ONU. O encontro resultou na Declaração e Programa de Ação de Viena, texto considerado uma referência importante para a garantia do respeito aos direitos humanos e à dignidade das pessoas. Já naquela época, a ONU demonstrava estar ;profundamente preocupada com as diversas formas de discriminação e violência às quais as mulheres continuam expostas em todo o mundo;. E fazia o apelo: ;Que as mulheres tenham acesso pleno e igual a todos os direitos humanos e que isto seja uma prioridade para os Governos e as Nações Unidas;. Vinte e seis anos depois, contudo, essa realidade está distante. ;Se nós continuarmos carregando as tendências de hoje para o futuro, vai levar centenas de anos para a liberdade acontecer. Nós temos que mudar as coisas, não podemos continuar com os padrões a que estamos acostumados;, alerta a embaixadora da Áustria no Brasil, Irene Giner-Reichl.Engajada com questões de segurança humana e política de desenvolvimento, a embaixadora lamenta que a violência contra a mulher seja ;um problema global;. Enquanto na Áustria, segundo ela, cerca de 26% das austríacas já vivenciaram episódios de violência doméstica ou sexual, 27,4% das mulheres brasileiras afirmam ter passado pelas mesmas situações, de acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. ;Essa é a média em quase todo o mundo. É interessante, de uma maneira triste, que não haja muita diferença de uma região para a outra. E não é só um problema que acontece somente nas classes mais pobres. Temos casos em famílias ricas. As razões e as manifestações talvez sejam diferentes aqui e lá, mas os problemas existem em todos os lugares;, compara a diplomata.
Giner-Reichl insiste na necessidade de união das mulheres no combate a todo tipo de discriminação. Esse movimento é importante especialmente nesta semana, quando a ONU promove desde o dia 25 de novembro ações no mundo inteiro em razão dos ;16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra as Mulheres;. ;Campanhas como essa nos lembram que todos nós podemos fazer algo. Podemos trabalhar juntos e dar pequenos passos para, realmente, enfrentar o problema;, destaca a embaixadora, em entrevista ao Correio.