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Sonho de US$ 30 milhões na Lagoa

Correio Braziliense
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postado em 13/12/2019 04:14

Cartão-postal do Rio, a Lagoa Rodrigo de Freitas ganhou mais uma promessa de despoluição. Um projeto da prefeitura propõe aumentar as trocas de água com o mar, o que, segundo estimativas, renovaria 90% da Lagoa a cada 30 dias. Para isso, seriam construídos quatro dutos subterrâneos para fazer a ligação com o mar. Falta, contudo, um ;detalhe;: a verba de US$ 30 milhões (R$ 124 milhões) para custear a obra.

Sem dinheiro em caixa, o município espera conseguir o montante com investidores, principalmente de fora do país. O secretário municipal de Meio Ambiente, Bernardo Egas, está em Madri, na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP-25) para apresentar o projeto. ;Queremos organizar uma grande força-tarefa para a Lagoa, por meio de diversas conversas com moradores, com pessoas que se importam com ela;, disse Egas. O projeto de revitalização é dividido em quatro etapas. As três primeiras não precisam de investimento extra, bastando apenas um esforço conjunto de órgãos da prefeitura do Rio.

;A primeira etapa é o mosaico da Lagoa. Hoje ela tem seis unidades de conservação ao redor, e a gente acha que é muita coisa, são muitos gestores. Vamos consolidar (em uma só);, explicou Egas. A fase dois é o cuidado da orla, que hoje tem deques quebrados e árvores mortas ou com pragas. Já a terceira fase seria feita em parceria com a Rio Águas, para fiscalização do despejo de esgotos na Lagoa.

É na quarta fase que está o salto para despoluir a Lagoa. Baseado em estudo do professor Paulo Cesar Rosman, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o trabalho parte da ideia de renovar a água usando a força da natureza. Esse trabalho requer máquinas pesadas e US$ 30 milhões de dólares.

Segundo a pesquisa, a melhor maneira de despoluir ; e de forma perene ; a Lagoa é mudar sua água. E isso pode ser feito com a força da maré. Para tanto, é preciso ligar a Lagoa de forma mais efetiva com o mar. A ligação seria feita aproveitando o canal do Jardim de Alah, entre Ipanema e Leblon. A diferença é que as trocas de água seriam feitas por quatro dutos subterrâneos, a serem construídos, cada um com 2,6 metros de diâmetro. Eles desembocariam mar adentro, 200 metros distantes da orla, sem causar prejuízo aos banhistas. A previsão é de que a obra dure um ano.

Com cofres combalidos, a pasta espera levar o projeto adiante com auxílio de investidores estrangeiros. A intenção é apresentar a despoluição como um projeto para a cidade. ;É importante dar autonomia à instituição que vai captar e fazer a administração desse recurso com transparência. Vamos criar um conselho para acompanhar a utilização desse recurso;, previu o secretário municipal de meio ambiente do Rio.

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