postado em 20/12/2019 04:05
João de Deus cumpre prisão preventiva no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia desde 16 de dezembro de 2018. O médium responde ainda por 10 processos referentes a crimes sexuais e outro por posse ilegal de armas de fogo e munição. Além disso, João de Deus também é julgado por falsidade ideológica e coação no curso do processo.
O promotor e coordenador da força-tarefa, Luciano Miranda, afirma ser impossível fazer uma estimativa de quantos anos João de Deus poderia ser condenado. ;É impossível porque o número de vítimas muda conforme a denúncia e temos crimes com penas diferentes, mas são todas denúncias com penas altas e muitos similares a deste processo em que ele foi condenado;, explica.
Embora o MP-GO tenha recebido 319 relatos de abuso sexual de vulneráveis, somente 194 depoimentos foram formalizados, ou seja, as mulheres levaram o processo de denúncia até o fim. O MP-GO também abriu uma ação civil pública para que ele seja condenado a indenizar todas as mulheres que não foram incluídas nos processos, quando as sentenças forem proferidas. No entanto, essas mulheres terão de prestar depoimento, assim como as outras. Em outra ação, é investigada, pelo Polícia Civil de Goiás, a existência de uma rede de proteção, formada por autoridades, que teria protegido o médium das investigações em curso.
As denúncias contra o médium surgiram em 8 de dezembro de 2018, quando quatro mulheres disseram, no programa Conversa com Bial, terem sido abusadas por João Teixeira de Faria. Os depoimentos transmitidos no programa incentivaram outras mulheres a deporem. Segundo o MP-GO, Brasília e São Paulo concentram o maior número de denúncias: 59 cada, seguidos de Goiânia, com 37, mas há denúncias de outros 16 estados de atos de abuso que teriam ocorrido entre 1973 e 2018. (MEC)