Brasil

Festas do pijama conquistam pais e filhos

Agência Estado
postado em 30/12/2019 07:19
As cabanas improvisadas com lençóis e cadeiras ficaram no passado. Cada vez mais elaboradas, as festas do pijama agora são eventos personalizados e que podem ser realizados até em hotéis. Organizadores e pais dizem que a festa, realizada principalmente para crianças de 6 a 12 anos, já se consolidou como uma forma de comemorar aniversários com um preço mais acessível e focado nos amigos mais próximos da criançada - além de ser uma maneira de viver a experiência de dormir fora de casa e passar a noite "em claro". "É um nicho que vem se consolidando de três anos para cá. Deixou de ser uma modinha e passou a fazer parte da rotina de festas. A maioria das crianças já teve ou foi para uma festa do pijama. O que sinto é que se consolidou como um tipo de festa de aniversário", diz Priscilla Aguilera, proprietária da Luni Comemorações Personalizadas, que realiza entre 12 e 20 eventos como esse por mês. A tabeliã Priscila Agapito, de 44 anos, resolveu atender o desejo do filho Daniel, que queria celebrar o aniversário de 12 anos com uma festa do pijama. "Sempre dizia não porque achava mais fácil fazer no bufê. Ficava com dó de deixar alguns amigos de fora, mas ele me pedia que a festa fosse em casa e para poucos amigos. Cedi", contou. A proposta foi fazer uma maratona de videogame. Sanduíche de metro, pizza e churrasco estavam no cardápio, assim como um café da manhã especial. "Ele pediu panquecas americanas." Priscila conta que o filho já foi em eventos do mesmo tipo de colegas e que a experiência foi positiva. "Eles curtem e se sentem independentes." O garoto aprovou. "Foi a primeira vez que eu tive a festa e foi muito mais do que eu esperava. Conseguimos fazer uma coisa com todo mundo junto e meus amigos falaram que gostaram muito." Em maio, a gerente financeira Sandra Cirilo de Souza Taques, de 41 anos, resolveu que o aniversário de 10 anos da filha seria celebrado em casa com uma festa do pijama caprichada. Uma monitora foi contratada para entreter as garotas, que ganharam almofadinhas e kits de escovação como lembrancinha. "A criança vai começando a entrar na pré-adolescência e não quer mais festa em bufê e parque de diversões. Vieram sete amigas e foi um acampamento em casa. Ficou mais em conta até porque as crianças mais brincam do que comem." Em um bufê, uma celebração para 50 pessoas pode custar entre R$ 6 mil e R$ 15,3 mil, segundo preços consultados pela reportagem em diferentes bairros da capital. Uma festa do pijama para 12 crianças pode custar a partir de R$ 1,2 mil, mas o valor varia de acordo com os itens que são incluídos no pacote. Hotéis Desde o ano passado, hotéis da capital recebem as festas que atravessam a madrugada. A proposta surgiu para incluir um público que não era frequente e ampliar a atuação no setor de eventos, de acordo com as unidades ouvidas pela reportagem. Os preços variam entre R$ 5 mil e R$ 7 mil - sem incluir itens decorativos e lembrancinhas. "As crianças trazem um toque especial e leve para o ambiente e o clima", informou, em nota, o hotel Maksoud Plaza. O Transamerica São Paulo diz que a procura vem crescendo e que realiza até quatro festas por mês. "Para esse tipo de evento, disponibilizamos suítes conjugadas que possibilitam a acomodação de meninos e meninas em quartos separados, ligados por uma espaçosa antessala. Por segurança, é indispensável a presença dos pais na estada e todas as crianças devem apresentar autorização de hospedagem reconhecida em cartório", explica. O consultor de empresas Helcio Bueno, de 39 anos, acompanhou o aniversário dos filhos Melissa, de 11 anos, e Henrique, de 9 anos, no início do mês. A família já tinha feito uma festa do pijama em casa quando as crianças eram mais novas e a proposta de ser em um hotel agradou Bueno. "Em casa, cuidei sozinho da parte da comida. Em um hotel, tem um suporte. Colocar 12 crianças na sala de um apartamento de 100 metros também tem limitações. A experiência também é muito diferente de uma festa organizada em bufê, sem contar o aspecto financeiro." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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