Brasil

PM torturado e baleado com a esposa perde um dos olhos

Casa das vítimas em Igarapé, na Grande BH, foi invadida por criminosos no fim da noite de domingo (5/1). Três suspeitos morreram em confronto com a polícia e outros dois foram presos

Correio Braziliense
postado em 07/01/2020 16:22
Criminosos fugiram no carro da polícia e depois incendiaram o veículoA Polícia Militar (PM) divulgou, no início da tarde desta terça-feira (7/1), o estado de saúde do casal de militares que foi torturado e baleado dentro de casa na madrugada de ontem em Igarapé, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Mais tarde, cinco suspeitos entraram em confronto com a polícia, sendo que três foram mortos a tiros e outros dois acabaram presos.

Os militares estão internados no Hospital João XXIII, na capital. Conforme o boletim, baleado na cabeça, o coronel reformado Alex de Melo, de 50 anos, perdeu a visão do olho esquerdo. Ele retomou a consciência e saiu do respirador mecânico na manhã desta terça-feira. Amanhã ou na quinta, dia 9, ele vai passar por uma nova cirurgia para reconstrução óssea do palato e da mandíbula direita. 

Já o estado de saúde da esposa dele, a cabo Raiana Figueiredo, de 34, inspira atenção. “Mantém estável a pressão intracraniana. Dentro da normalidade do esperado das 48h pós-cirurgia. Há previsão para esta quarta-feira (8/1) de nova tomografia para avaliação geral”, informou a PM. Além de tiros na cabeça e nas costas, ela sofreu fratura exposta em uma das pernas. 

Também no início desta tarde, a Polícia Civil informou que recebeu às 8h a ocorrência referente às prisões de Diego Mateus de Oliveira Santana, de 23 anos, e Wendel Oliveira Silva Rodrigues, de 22. “Neste momento, os policiais do Departamento Estadual de Operações Especiais (Deoesp) estão ouvindo os presos, que, inicialmente, são suspeitos de participar do crime contra a Cabo PM e o Coronel PM”, informou a instituição por meio de nota. “O inquérito foi instaurado ontem mesmo, assim que a PCMG tomou conhecimento do crime cometido em Igarapé. Peritos estiveram na casa das vítimas e no local onde foi encontrado o carro carbonizado”, diz o texto. 

Entenda o caso

Em entrevista coletiva na noite passada, o coronel Olímpio Garcia, comandante do policiamento especializado, disse que a principal tese da corporação é que os criminosos agiram com ódio ao saber que as vítimas eram militares.

“Um dos que foi preso confessou isso. Eles começaram a agredir por se tratar de policiais militares. No estado de Minas Gerais, a nossa resposta é proporcional a qualquer agressão contra qualquer integrante do estado, qualquer policial militar”, afirmou.

Segundo o coronel Eduardo Felisberto Alves, o fato começou por volta das 22h30 desse domingo (5/1). Os cinco acusados deixaram a cena do crime por volta de meia-noite e fugiram no veículo da cabo Raiana. O carro foi abandonado e incendiado nas proximidades minutos depois do crime.

Eles, depois, fugiram num Fiat Palio. A polícia levantou informações acerca do veículo para rastrear onde os suspeitos estariam.

Logo que o dia raiou, uma operação foi montada pelas autoridades para buscar os suspeitos. O trabalho começou a surtir efeito quando a Polícia Rodoviária Federal (PRF) avisou a PM que câmeras flagraram o Palio passando pelo posto da PRF em Betim, ainda na Grande BH.

Por meio dessa informação inicial, o Ministério Público, a partir do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime (Gaeco), conseguiu identificar um dos suspeitos. Ele foi encontrado em Ibirité, separado dos demais, e confessou a participação no crime. Esse, contudo, não reagiu à abordagem dos militares e foi detido. Depois, contou onde estavam os outros envolvidos.

Ao chegar no endereço dado pelo detido, a polícia afirma ter sido recebida a tiros. Tratava-se de uma casa afastada, em um local bastante ermo. Lá, o confronto dos bandidos com a PM terminou com a morte de três criminosos e prisão de dois. Segundo a PM, os mortos são Edson José da Silva Júnior, de 22 anos, Luiz Gustavo Reiner dos Santos Figueiredo,19 anos, e Taysson Gustavo Gomes da Silva, de 18. (Com informações de Gabriel Ronan)

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