Brasil

Doença misteriosa em BH intriga médicos

Oito pessoas, todas ligadas a um bairro da capital mineira, foram afetadas. Uma morreu. Ontem, dois novos casos foram notificados. As vítimas são homens entre 56 e 64 anos

Correio Braziliense
postado em 09/01/2020 04:15
Técnicos do Ministério da Saúde e de órgãos estaduais fazem exames de laboratório para identificar a enfermidade

Moradores de Buritis, na Região Oeste de Belo Horizonte, estão apre-ensivos: uma doença misteriosa, que tem acometido pessoas ligadas à localidade, fez ontem mais dois pacientes. As notificações chegaram à Saúde estadual no mesmo dia em que o corpo de Paschoal Demartini Filho, 55 anos, que estava internado em Juiz de Fora, na Zona da Mata e morreu na terça-feira, deu entrada no Instituto Médico-Legal de Belo Horizonte.

Como todas as outras, as duas possíveis novas vítimas são do sexo masculino. Têm 56 e 64 anos. Agora, são oito os casos em investigação, já que um foi descartado ontem por não se adequar ao quadro. Na tentativa de acelerar o fim do mistério, a Polícia Civil trouxe reforço de São Paulo: um médico-legista da USP, especialista em necrópsias em situações epidemiológicas.

Quanto às duas novas notificações, a Secretaria de Estado de Saúde ainda não sabe dizer se os sintomas começaram a se manifestar nos homens em dezembro, como ocorreu nos casos suspeitos anteriores, ou já neste ano. Só será possível assegurar isso depois que servidores da pasta conversarem com os familiares dos pacientes.

Ao mesmo tempo em que mais dois nomes entraram na lista, a Saúde estadual retirou uma pessoa da lista de casos misteriosos. Trata-se de um idoso de 76 anos, que não apresentava os mesmos sintomas das outras vítimas e já tinha histórico de doença nos rins — a insuficiência renal é um dos principais sinais da enfermidade. Problemas gastrointestinais (náusea e/ou vômito e/ou dor abdominal) e alterações neurológicas, como paralisia facial e descendente, borramento visual, amaurose (perda da visão parcial ou totalmente) e alterações sensitivas também fazem parte do quadro clínico.

A investigação está sendo feita por uma força-tarefa, que inclui equipes de órgãos estaduais e do Ministério da Saúde. Amostras para testes são processadas no laboratório da Fundação Ezequiel Dias (Funed). Além disso, a Polícia Civil deslocou, ontem, equipes para verificar amostras das bebidas que serão avaliadas no Instituto de Criminalística. Não há prazo, no entanto, para a finalização dos trabalhos.

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