Correio Braziliense
postado em 11/01/2020 04:04
O Distrito Federal recebeu diversos lotes da cerveja Belorizontina, que estão sob suspeita de ter intoxicado 10 consumidores na capital mineira, levando um deles à morte. A bebida foi contaminada pelo composto orgânico dietilenoglicol, também conhecido como éter de glicol, utilizado no processo de refrigeração na indústria de cerveja. Ontem à noite, os ministérios da Agricultura e da Justiça determinaram a interdição da cervejaria Backer, fabricante do produto.
Além do DF e Minas Gerais, os estados de São Paulo e Espírito Santo receberam as garrafas que podem conter a substância capaz de causar intoxicação, conforme mostrou o laudo preliminar da Polícia Civil de Minas Gerais. O Correio entrou em contato com a fabricante para saber quantos lotes de cerveja teriam sido enviados para o DF, mas a empresa não soube informar. Após a divulgação de laudo da Polícia Civil de Minas apontando a contaminação da bebida com a substância dietilenoglicol, o governo federal decidiu cautelarmente que todos os produtos ainda no mercado sejam apreendidos.
“Diante do risco iminente à saúde pública, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento realizou, como medida cautelar, o fechamento da Cervejaria Backer, fabricante da cerveja Belorizontina. Na mesma oportunidade, foram determinadas ações de fiscalização para a apreensão dos produtos que ainda se encontram no mercado”, informou o ministério, em seu site oficial.
As primeiras informações sobre o que seria uma doença misteriosa em Belo Horizonte começaram a circular em grupos de redes sociais no último domingo, principalmente entre moradores do Bairro Buritis, na Região Oeste da capital mineira. Desde aquele momento, as mensagens ligavam os sintomas ao consumo da Belorizontina. Na terça, a síndrome provocou a morte de Paschoal Demartini Filho, 55 anos, que estava internado em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira. Ele passou as festas de fim de ano com a família no Buritis, e o genro dele, Luiz Felippe Teles Ribeiro, de 37, continuava internado ontem com os mesmos sintomas.
Sintomas
Pacientes que enfrentam a enfermidade começaram a apresentar o mesmo quadro clínico em dezembro último. No início, problemas gastrointestinais (náusea e/ou vomito e/ou dor abdominal). Depois, insuficiência renal aguda de evolução rápida (em até 72 horas), somada a alterações neurológicas, como paralisia facial e descendente, borramento visual, amaurose (perda da visão parcial ou totalmente) e alteração de sensório. No início desta semana, a Secretaria da Saúde de Minas Gerais emitiu nota técnica para profissionais de saúde orientando-os a notificar casos com sintomas relacionados. Até o momento, não há notícia de que pessoas tenham sido intoxicadas em outras partes do país.
Com a confirmação da presença da substância tóxica em amostras de sangue e na cerveja consumida pelos pacientes, também será definido tratamento-padrão. Segundo nota das autoridades de saúde de Minas, novo protocolo clínico para intoxicação por dietilenoglicol será divulgado pela Secretaria de Saúde em breve. Até o momento, foi confirmada a presença do composto orgânico éter de glicol em três pacientes com sintomas da síndrome.
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