Correio Braziliense
postado em 11/01/2020 04:04
Inquérito da Polícia Federal (PF) afastou as hipóteses de “conflitos étnicos ou mesmo por emboscada de madeireiros” terem levado à morte do indígena Paulo Paulino Guajajara, assassinado em 1º de novembro do ano passado na terra indígena de Arariboia, localizada a cerca de 500km de São Luís, capital do Maranhão. O Conselho Indigenista Missionário contesta a conclusão das investigações.
As investigações levaram à conclusão de que “o lamentável episódio se originou da troca de tiros motivada pela posse de uma das motocicletas utilizadas pelos não indígenas”. A Polícia Federal pede o indiciamento de quatro pessoas cujas identidades não foram divulgadas.
As investigações se encerraram em 12 de dezembro e contaram com exames médicos periciais, testemunhos e declarações dos sobreviventes. O resultado do inquérito foi encaminhado à Justiça Federal, em São Luís, com todas as provas colhidas.
Versão diferente
O resultado final do inquérito contraria versão de Laércio Sousa Silva, índio Guajajara que estava presente no confronto. Ele acabou baleado no braço, mas sobreviveu.
Laércio disse que eles foram vítimas de uma emboscada, enquanto caçavam dentro do seu território. Segundo ele, quando pararam para tomar água, ouviram barulho no mato e logo em seguida os tiros. Na ocasião, o não indígena Márcio Gleik Moreira Pereira também morreu.
O Conselho Indigenista Missionário acusou a Polícia Federal de “desconsiderar uma história de mais de 40 anos de conflitos com madeireiros nesse território, ao longo dos quais os indígenas vêm sendo assassinados e tendo seus territórios destruídos sem que nenhum assassino seja punido”.
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