Correio Braziliense
postado em 13/01/2020 14:26
A Comissão Europeia decidiu proibir definitivamente o uso do inseticida tiacloprido (thiacloprid) por agricultores do bloco em virtude de sua relação com problemas ambientais e de saúde pública. O produto é vendido sob as marcas Calypso e Biscaya, da companhia de defensivos agrÃcolas Bayer, e já foi ligado à mortandade de abelhas.
A decisão foi publicada no site da Comissão na noite do domingo, 12. Na nota, a Comissão afirma que segue a orientação da maioria dos governos do bloco e de pareceres cientÃficos da Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos.
O uso do produto já estava suspenso provisoriamente até 30 de abril de 2020 - quando expirava sua licença. Contudo, a UE decidiu não renovar a licença do agroquÃmico, proibindo definitivamente seu uso.
"Existem preocupações ambientais relacionadas ao uso desse pesticida, particularmente sobre seu impacto nas águas subterrâneas, mas também relacionadas à saúde humana, na toxicidade reprodutiva", disse a comissária de Saúde do bloco, Stella Kyriakides, em comunicado. A medida deve ser publicada no Diário Oficial da UE nos próximos dias, segundo a executiva.
A Bayer afirma que o inseticida tiacloprido (thiacloprid) é seguro mas que vai respeitar a decisão da União Europeia (UE) de proibir definitivamente o uso do produto no bloco.
"A empresa continua acreditando que os produtos de proteção à s lavouras baseados em tiacloprido podem ser usados com segurança quando medidas apropriadas de mitigação de risco são adotadas", informa a empresa ao Broadcast Agro, sistema de notÃcias em tempo real do Grupo Estado.
A companhia diz que a substância é uma "ferramenta importante" para os agricultores da UE, especialmente para culturas menores, citando estudo da Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos sobre 500 tipos de pragas. "A Bayer considera que extensas evidências foram fornecidas e avaliadas para demonstrar a necessidade fitossanitária de numerosos usos de produtos tiacloprÃdicos em toda a Europa", alega a empresa.
No comunicado, a fabricante acrescenta que 16 Estados-membros da UE confirmaram que sem o uso do inseticida há risco de infestações em suas lavouras.
Permitido no Brasil
No Brasil, o uso do produto é permitido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), conforme resolução 3.329/16.
A permissão vale para aplicação foliar em culturas como algodão, citros, soja, cana-de-açúcar, feijão e em algumas frutas e vegetais.
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.