Correio Braziliense
postado em 17/01/2020 11:25
A operação da Polícia Civil em uma das fornecedoras da cervejaria Backer foi motivada por uma denúncia de que houve fraude e adulteração nos produtos na empresa Imperquímica. Um homem que não quis se identificar mostrou à reportagem do EM curtos trechos de um vídeo que teria sido gravado por um ex-funcionário da fornecedora em que as substâncias monoetilenoglicol e dietilenoglicol são supostamente misturadas em um mesmo galão. Segundo ele, as imagens foram entregues aos policiais.
Os investigadores vão apurar se houve algum tipo de adulteração na empresa fornecedora, com a troca do monoetilenoglicol pelo dietilenoglicol, que seria uma substância mais barata.
No entanto, a suposta adulteração, ainda em apuração pelos investigadores, não explica como aconteceu a contaminação das bebidas, já que, segundo a Backer, as substâncias usadas no processo de resfriamento não têm contato com o produto. De acordo com a cervejaria, as substâncias que resfriam o mosto quente (cerveja pronta para ir ao fermentador) passam por serpentinas que não têm contato com a bebida.
Na tarde desta quinta-feira (16/1), policiais civis estiveram na empresa que fornece o monoetilenoglicol para Backer, no Bairro Vila Paris, em Contagem, onde cumpriram mandados de busca e apreensão.
A Backer não se pronunciou sobre como problemas com fornecedores poderiam causar a contaminação de vários lotes e várias marcas da cervejaria. Por meio de nota, a Polícia Civil informou que foram recolhidos documentos e produtos químicos da fornecedora da Backer e que, entre as testemunhas ouvidas no caso, está um ex-funcionário da fornecedora de insumos químicos.
“Os advogados da cervejaria apresentaram o ex-funcionário da empresa química para prestar depoimentos. Eles tiveram amplo acesso à produção desta prova (depoimento), tendo inclusive a oportunidade de fazer perguntas”, diz a PC.
Representantes do Ministério da Agricultura informaram que, de acordo com perícias já realizadas pelo órgão, a contaminação foi detectada na água usada para a fabricação das cervejas da Backer. O resultado da análise indicou que a contaminação não foi restrita a apenas um tanque, mas vários. Por isso, existe a possibilidade de intoxicação de outras marcas da Backer.
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