Brasil

Witzel afasta diretor de empresa de abastecimento

Correio Braziliense
postado em 18/01/2020 04:12
Witzel só tomou a decisão após voltar ao Brasil. Antes, em rede social, considerara a situação

O diretor de saneamento da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) do Rio de Janeiro, Marcos Chimelli, foi afastado na noite de quinta-feira do cargo. Desde o dia 6, a Cedae vem recebendo queixas de moradores de vários pontos da cidade sobre o sabor, o cheiro e o aspecto da água que sai das torneiras. A Polícia Civil e o Ministério Público estão investigando o problema.

O governador Wilson Witzel (PSC), que estava de férias na Disney (EUA), voltou quarta-feira ao Brasil, em meio à crise da água. Na terça, ele já havia publicado nas redes sociais que a situação era “inadmissível” e que a empresa deveria “acelerar a solução definitiva”. Ao retornar, Witzel se reuniu com o presidente da Cedae, Hélio Cabral, para tratar da questão.

Funcionários da Cedae estiveram na Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados para prestar esclarecimentos, entre eles o ex-chefe da Estação de Tratamento de Água do Guandu (onde houve falhas) Júlio César Antunes, que foi afastado do cargo na última terça-feira, e o atual responsável pela área, Pedro Ortolano.

Investigadores também voltaram ao Guandu para colher amostras de água. A polícia investiga se houve falhas na operação da companhia ou mesmo sabotagem que possam ter levado à contaminação da água pela geosmina — substância formada por algas na presença de matéria orgânica e calor que causa o sabor e o mau cheiro na água.

A Cedae garante que a única alteração encontrada na água foi a presença da geosmina, e que ela não faz mal à saúde. No entanto, há diversos relatos de pessoas que teriam passado mal depois da ingestão. Especialistas afirmam que a geosmina não causa o aspecto turvo que muitos moradores vêm apontando na água, e que a turbidez poderia ser causada por algum outro contaminante.

  • Recuperação em 30 anos

    Especialistas apontam que o processo de recuperação do Rio Guandu, no Rio — que abastece a capital fluminense —, custaria mais de R$ 1,4 bilhão e levaria, pelo menos, 30 anos. Segundo análise do Comitê das Bacias Hidrográficas dos rios Guandu, da Guarda e Guandu-Mirim, a melhora da qualidade da água que chega nas torneiras da maioria da população da região metropolitana só será possível com o tratamento do esgoto. Cidades como Nova Iguaçu e Queimados, na Baixada Fluminense, seriam responsáveis pelo despejo diário de 56 milhões de litros de matéria orgânica por conta dos afluentes. Uma quantidade de esgoto que equivale ao despejo de 22 piscinas olímpicas diárias ou 648 garrafas com um litro de sujeira sendo jogadas por segundo nos afluentes do Guandu.

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