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Brasil e EUA lançam programa de integração a refugiados venezuelanos

Objetivo do programa é facilitar acesso ao emprego formal e a oportunidades de geração de renda por meio de treinamentos vocacionais e empresariais, cursos de idiomas e capacitações a migrantes vulneráveis no Brasil

Organização Internacional para as Migrações (OIM) divulgou nesta terça-feira (28/1) uma iniciativa voltada ao apoio do processo de integração econômica de migrantes e refugiados da Venezuela em situação de vulnerabilidade. Intitulado "Oportunidades - Integração no Brasil", o programa proporcionará aos venezuelanos no Brasil o acesso a meios de subsistência sustentáveis e a vagas de emprego formal, por meio de programas de formação profissional e cursos de idiomas.

As ações do programa serão adotadas no Distrito Federal, no Paraná, no Rio de Janeiro, em São Paulo, no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Segundo a OIM, serão aplicadas estratégias para capacitar os refugiados, como treinamentos vocacionais e de empreendedorismo, a fim de que eles concorram a oportunidades no mercado de trabalho e contribuam, efetivamente, para a geração de renda.

“Essa migração deve ser transformada em uma oportunidade para eles e para a sociedade brasileira. A OIM acredita que os refugiados e os migrantes que chegam ao Brasil podem contribuir com o desenvolvimento das comunidades de acolhimento. A integração econômica é a solução duradoura para os venezuelanos e as venezuelanas que desejam ficar no Brasil e querem começar as suas vidas de maneira independente”, disse o chefe de missão da OIM no Brasil, Stéphane Rostiaux.

Rostiaux disse ser necessário o engajamento dos setores público e privado para que o projeto tenha êxito. “Face à complexidade inerente ao processo de integração de refugiados, o envolvimento do governo, das autoridades locais, da sociedade civil e do setor privado é crucial e essencial para garantir o acesso a serviços de saúde e educação, e para promover a coesão social com a comunidade local”, afirmou.

A iniciativa complementará o programa de interiorização mais amplo do governo brasileiro, a Operação Acolhida, um instrumento que destina-se a apoiar, com pessoal, material e instalações, a organização das atividades necessárias ao acolhimento de pessoas em situação de vulnerabilidade, decorrente do fluxo migratório de venezuelanos.

Assessora especial da Casa Civil, Veronica Sánchez garantiu que a iniciativa será bem-vinda, visto que, neste ano, a intenção da Operação Acolhida é aumentar o fluxo de interiorização — hoje, cerca de 500 venezuelanos atravessam a fronteira por dia —, para permitir que mais refugiados que se encontram, principalmente, em Roraima e no Amazonas, possam buscar outras oportunidades no Brasil.

“De fato, as pessoas estão buscando novas oportunidades no Brasil e esse programa permitirá que elas acessem outras cidades do país com potencialidades econômicas maiores. Assim, elas poderão busquem alternativas para as suas vidas e construir uma trajetória feliz, de sucesso e com segurança aqui no Brasil”, ressaltou.

Sánchez acrescentou que “a Operação Acolhida é a resposta que o Brasil dá ao mundo em termos de acolhimento”. “A resposta que o Brasil está dando para aqueles mais vulneráveis é a de que eles estão sendo integrados à sociedade brasileira com os mesmos direitos que os brasileiros. Todas as agências, todos os órgãos do governo têm atuado de forma coordenada, juntamente com parceiros de organismos internacionais, para integrar essas pessoas à sociedade, conferindo-lhes os mesmo direitos em termos trabalhistas, de documentação e de solicitação da condição de refúgio ou de residência”, destacou.

O projeto é financiado pela Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), que já disponibilizou cerca de US$ 15 milhões para apoiar a assistência humanitária que tem salvando vidas de venezuelanos no Brasil. Além disso, desde 2017, os EUA já forneceram mais de US$ 656 milhões em financiamento humanitário e de desenvolvimento para ajudar os venezuelanos afetados pela crise política e econômica em curso, tanto dentro da Venezuela quanto em 16 países vizinhos.