Brasil

53 mil pessoas fora de casa

Temporal de terça-feira piorou a situação do estado, que vem sofrendo com o tempo ruim desde sexta-feira passada. Reconstrução da capital pode consumir aproximadamente R$ 400 milhões. Já são 55 os mortos

Correio Braziliense
postado em 30/01/2020 04:05
A mais recente tempestade em BH inundou ruas e tragou tudo o que vinha pela frente. De carros, árvores, construções e asfalto, nada foi capaz de resistir

A Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec) divulgou, na noite de ontem, novo boletim sobre as vítimas das chuvas em Minas Gerais. Segundo a Cedec, 53.188 pessoas estão fora de suas casas — 44.929 desalojadas e 8.259 desabrigadas no estado. Outras 65 ficaram feridas por causa das enchentes. O balanço mais recente contabiliza 55 mortos, uma a mais que o levantamento anterior — aconteceu em Sabará, na Grande BH.

Mas esse número pode aumentar, já que uma pessoa permanece desaparecida em Conselheiro Lafaiete, Região Central do estado. Entre os óbitos, 42 aconteceram por soterramento, nove foram arrastados pelas águas e quatro, por afogamento. São 28 mortes na Grande BH e outras 27 no interior, a maioria na Zona da Mata.

O estado decretou situação de emergência em 101 cidades, e outras 50 prefeituras tomaram a mesma medida, porém, por conta própria. Ontem, mais duas cidades decretaram calamidade pública: Muriaé e Taparuba, nas regiões da Zona da Mata e do Vale do Rio Doce, respectivamente. Com elas, são cinco municípios nesta situação — as outras são Orizânia (Mata), Ibirité (Grande BH) e Catas Altas (Central).

Recuperação

A reconstrução de BH após dias de forte temporal vai custar entre R$ 300 milhões e R$ 400 milhões, segundo o prefeito Alexandre Kalil (PSD). “O que aconteceu aqui, nenhuma cidade do mundo aguentaria. Paris, Nova York ou Boston”.

Depois da tempestade da última sexta-feira, que atingiu a periferia da capital mineira, matando 13 pessoas, as chuvas da noite de anteontem destruíram parte da zona sul da capital, área nobre da cidade, incluindo ruas em frente à casa do prefeito, que mora no bairro de Lourdes. Não houve registro de mortes na capital em decorrência das chuvas.


Kalil afirmou que espera que parte dos recursos para a recuperação saia do governo federal. “Esperamos a sensibilidade do governo federal”. Ele acrescentou que o primeiro passo agora é limpar a cidade. A reconstrução, no entanto, só ocorrerá em período mais seco. O prefeito se comprometeu, ainda, a dobrar o número de funcionários e máquinas voltadas para a limpeza do município, elevando os números para 1,2 mil e 150, respectivamente. O objetivo, no momento, segundo o prefeito, “é desobstruir vias e colocar a cidade para andar”.

Ao anunciar as medidas, Kalil chorou duas vezes. Também pediu paciência à população para a realização das obras. Disse ainda que o governo estadual decidiu pagar em três parcelas parte de uma dívida de R$ 200 milhões que tem com a prefeitura. “Vamos reconstruir essa cidade, que foi destruída por essa catástrofe”, garantiu, tratando as chuvas em BH como o maior desastre nos 122 anos da cidade.

Kalil usou os estragos causados pelas chuvas na região centro-sul da cidade para reclamar de empreiteiros da capital, que criticaram o plano diretor, aprovado no ano passado, e que prevê menos área da cidade para construção. “A resposta chegou à casa deles”, criticou, referindo-se ao fato de os incorporadores também morarem na região atingida.


Presidente vai a BH e sobrevoa o estado
O presidente Jair Bolsonaro estará em BH hoje e, dali, sobrevoará as regiões mineiras atingidas pelas chuvas. Estará acompanhado do ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, e deverá se encontrar com o governador Romeu Zema. A chuva que caiu na capital causou estragos em várias regiões da cidade, principalmente na Centro-Sul, onde as águas alcançaram, em pouco mais de três horas, mais da metade do total esperado para o mês de janeiro. Entre os vários sustos, parte do teto do BH Shopping desabou.





Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Tags