Brasil

Interior tenta superar a destruição

Correio Braziliense
postado em 31/01/2020 04:14
Em Raposos,  o Rio das Velhas transbordou e moradores se juntaram em mutirão de limpeza para a retirada da lama. Mas as chuvas torrenciais podem voltar


Uma semana após as chuvas que destruíram cidades em Minas Gerais, 101 municípios que tiveram o decreto estadual de Situação de Emergência (SE) permanecem com o sofrimento de reconstruir ruas, avenidas, comércios e casas. No interior de Minas, a chuva atingiu severamente a Zona da Mata e o Vale do Rio Doce. Limpar a lama e a poeira que ficaram depois da tempestade é o grande desafio de prefeituras que trabalham intensamente, sem prazo para terminar.

Em Coronel Fabriciano, no Vale do Rio Doce, 420 pessoas foram desalojadas pelas fortes chuvas. Segundo o levantamento, entre 23 e 26 de janeiro, choveu 239 milímetros — 61% do volume esperado para janeiro em Fabriciano, estimado em 390 milímetros. Já o Rio Piracicaba atingiu 9,5 metros — acima dos 6,20 metros, quando ocorre o transbordamento —e represou o Ribeirão Caladão, gerando estragos e alagamentos em diversos bairros da cidade, que também está em Situação de Emergência.

Em Abre Campo, na Zona da Mata mineira, a prefeitura ainda contabiliza os prejuízos. Inicialmente, acredita-se que aproximadamente 2 mil pessoas ficaram desalojadas. A cidade foi atingida pela enchente do Rio Santana, que faz captação e distribuição de água para a população de 13 mil habitantes. O distrito de Granada ainda sofreu com a enchente do Rio Matipó, que também atingiu Matipó, Raul Soares e Carangola.

Perda de pontes e bloqueios de passagens também são problemas enfrentados por Alto Jequitibá, ainda na Zona da Mata. Houve prejuízos por todo o município, principalmente em ruas e avenidas situadas nas partes baixas, além de danos nas comunidades rurais. Uma pessoa morreu soterrada e duas crianças morreram levadas pela enchente do Rio Jequitibá. Postos de saúde, farmácias, lojas e plantações de café também foram arrasados. A prefeitura avalia que mais de 300 famílias estejam desalojadas.

Manhuaçu, na Zona da Mata, é mais uma das cidades com decreto de Situação de Emergência. No último domingo, o governador Romeu Zema visitou o município e viu de perto o que sobrou após deslizamentos, inundações, enxurradas e alagamentos. Por lá, uma pessoa morreu. Durante esta semana, a prefeitura se concentra nos trabalhos de limpeza e desobstrução de ruas e avenidas atingidas pela inundação do Rio Manhuaçu. No Gabinete Municipal, a prefeita Cici Magalhães, Defesa Civil e Corpo de Bombeiros estabeleceram também um Ponto de Comando para o socorro às vítimas de enchentes e deslizamentos no município e nas cidades vizinhas.

Apesar de não ter decreto de emergência, Tabuleiro, na Zona da Mata, teve uma morte em decorrência das chuvas e seis pontes foram destruídas. De acordo com o coordenador da Defesa Civil do município, Roberto Carlos Alves, existem cinco pontos de inundação na cidade que deixam os moradores apreensivos. “O que preocupa é o fato de estarem localizados próximo ao Centro do Programa da Família e a um posto de saúde”, disse.


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