Correio Braziliense
postado em 31/01/2020 04:14
Setores da economia acompanham de perto a disseminação do coronavírus, no Brasil e no exterior. Apesar de o Ministério do Turismo confirmar que o governo federal vem acompanhando de perto a evolução do agente biológico, já há quem preveja efeitos por aqui. Victor Beirute, economista da Guide Investimentos, destaca que o problema é alarmante para os países asiáticos, mas não crê em impacto econômico profundo no Brasil. “O dólar tende a aumentar com as percepções de risco”, lembrou, acrescentando que a moeda americana já atrapalha as viagens dos brasileiros. Ontem, fechou em R$ 4,26 por causa do noticiário relacionado ao avanço do agente biológico em todo o mundo.
Magda Massar, presidente da Associação Brasileira das Agências de Viagens (Abav), acredita que é muito cedo para analisar se a doença vai ter algum grande impacto no turismo. "Não tivemos nenhum tipo de cancelamento ou questionamento com os nossos clientes. Claro que não recomendamos, nesse momento, que os turistas e viajantes vão até lá".
Ela explica que a China não é um local prioritário para o brasileiro. Acrescenta que o viajante que normalmente visita aquele país se organizou por muito tempo e possui recursos para adiar a viagem. "Normalmente, esse cliente quer um destino mais exótico e pode, sem problema, escolher outros similares. Os clientes não estão se sentindo ameaçados, porque não é uma viagem muito procurada".
Aline Silvério, de 37 anos, é agente de viagens na Open Air Travel, em Brasília. Diz que, num próximo momento, haver uma onda de desistências de viajar para a China e para a Ásia. “Eu alertaria para que não fossem agora”.
Ela participa de um grupo com várias agências de viagens e já soube de um caso de desistência de um cliente que estava querendo visitar a China. “Se o bilhete tivesse sido emitido, seria um prejuízo para a agência, pois tem multa quando cancelados”.
A Latam informou que avalia com atenção o tema, mas que ainda é cedo para fazer qualquer prognóstico. Explicou que está em contato direto com a Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata), uma organização comercial global que reúne mais de 290 companhias aéreas. Acrescentou que está “preparada para trabalhar com as autoridades de saúde pública”.
O Correio procurou a Embaixada da China para saber a quantidade média de vistos mensais, de trabalho e de turismo, é emitida. Mas, até o fechamento desta edição, não obteve resposta.
* Estagiário sob a supervisão de Fabio Grecchi
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