Brasil

Mais mil leitos disponíveis

Apesar da rede pública de hospitais de referência, Ministério da Saúde dá início a licitação para colocar mais vagas em unidades com capacidade de atendimento a pacientes infectados. Dependendo da necessidade, a quantidade pode ser ampliada

Correio Braziliense
postado em 31/01/2020 04:14
Gabbardo não estimou valores para contratar os leitos adicionais, mas disse que uma internação em UTI está por volta de R$ 20 mil mensais

O Ministério da Saúde anunciou ontem que alugará mil leitos de UTI para reforçar alguns dos hospitais de referência contra o coronavírus. Até o momento, 45 unidades constam da lista que a pasta divulgou, na quarta-feira, mas que pode sofrer alterações, incluindo ou excluindo outros complexos hospitalares. O acréscimo de vagas para tratamento, anunciada no mesmo dia em que a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou emergência global, é mais uma etapa na preparação para manter o controle da situação. Nenhum caso de coronavírus foi confirmado no Brasil — nove são considerados suspeitos.  

“É bem provável que vamos precisar de um acréscimo na oferta de leitos de UTI. Então, na quarta-feira, o ministério começou a abrir uma licitação para colocar mais mil nos hospitais que são referência no atendimento de pacientes com coronavírus”, afirmou o secretário executivo do ministério, João Gabbardo, no balanço diário sobre a evolução da contaminação. Ele assegurou que, se for necessário, a quantidade de novos leitos pode ser ampliada.

“Esses hospitais poderão receber esses leitos de acordo com a necessidade de cada um, compatível com a demanda que vai aparecer. À medida que nós precisarmos de um reforço em determinados locais, esses terão prioridade na ocupação (das vagas)”, completou. Sem dizer quanto custará ao ministério a ampliação de leitos, Gabbardo disse que uma internação de UTI custa de R$ 15 mil a R$ 20 mil mensais.

O número de casos suspeitos de coronavírus no Brasil se manteve estável entre quarta-feira e ontem. De acordo com o último boletim divulgado pela pasta, há nove casos possíveis do novo vírus no Brasil, mas nenhum foi confirmado.

Apesar de o número ter se mantido, ocorreram algumas mudanças. Dois casos de Santa Catarina, que antes eram considerados suspeitos, foram descartados por meio de exames. Outros dois, do Rio Grande do Sul, passaram à condição de suspeitos. Um deles veio de uma nova notificação recebida; outro deixou de ser um caso excluído e passou a ser suspeito devido a mudanças clínicas do paciente.

As hipóteses de contaminação estão sendo monitoradas em Minas (1), Rio de Janeiro (1), São Paulo (3), Rio Grande do Sul (2), Paraná (1) e Ceará (1). O ministério recebeu 43 notificações para investigação de possível relação com a infecção pelo coronavírus. Desses, nove são suspeitos, seis descartados por apresentarem resultado laboratorial de outros vírus respiratórios e 28 excluídos por não se encaixarem na definição de caso suspeito.

Emergência global

Gabbardo também disse, na coletiva, que a mudança de avaliação da OMS para a situação — agora é emergência global — era esperada. “Já esperávamos essa mudança, até mesmo antes”. O secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson de Oliveira, acredita que o novo status da OMS não mudará as medidas tomadas pelo ministério.

“Nossas ações já estão alinhadas, inclusive prevendo esse escalonamento da emergência internacional. Mas teremos que ver que medidas a OMS está recomendando”, explicou.

De acordo com Wanderson, o que mudaria a situação no Brasil seria a confirmação de um caso. A partir disso, é declarada emergência de saúde pública, coisa que o país só fez uma vez, durante a epidemia de zika vírus, em 2015.



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