Brasil

Base foi erguida para proteger Brasília

Correio Braziliense
postado em 05/02/2020 04:23
Feita para os Mirage que faziam a segurança aérea da capital, unidade fica a cerca 160 km de Brasília


Distante aproximadamente 160 km de Brasília, a Base Aérea de Anápolis – Otávio Lage de Siqueira (BAAN) é a escolha mais lógica para receber os brasileiros que serão trazidos de Wuhan, pois fica próxima do Hospital das Forças Armadas, que fica próximo ao setor Sudoeste. A unidade da Força Aérea Brasileira tem como função primordial a defesa aérea da capital.

Anápolis é a primeira unidade planejada e construída especialmente para receber um tipo específico de avião, os caças Mirage IIIE/D, que chegaram na década de 1970 e já foram retirados de serviço. A operação desses aviões exigia a construção de um ambiente inteiramente novo e capacitado a operar jatos supersônicos.

A construção das instalações começou em 9 de fevereiro de 1970 e tornou-se operacional em 23 de agosto de 1972, com a conclusão da pista de pouso. Por questões estratégicas, foi decidido que a nova base, que tem 16 mil hectares (160 km²), seria nas proximidades de Brasília, com os Mirage destinados primordialmente à defesa da capital. Tem duas pistas, uma 2.233 metros e outra de 3.300 metros.

Atualmente, operam em Anápolis as seguintes unidades da Força Aérea Brasileira (FAB): 1º Grupo de Defesa Aérea (1º GDA), o Esquadrão Jaguar, com aeronaves Northrop F-5EM (F-5 Modernizado) e Gripen NG (cujos primeiros exemplares começam a chegar ano que vem); o 2º Esquadrão do 6º Grupo de Aviação (2º/6º Gav); o Esquadrão Guardião, com aeronaves E-99 (Embraer EMB-145 AEW&C) de alerta antecipado e R-99 (Embraer EMB-145 RS/AGS) de sensoriamento remoto; 1º Esquadrão do 6º Grupo de Aviação (1º/6º GAv), o Esquadrão Carcará, uma das unidades de reconhecimento, com aeronaves R-35A (Gates R-35A Learjet) — remanejado de Recife como projeto de renovação da FAB.

Mas, ao contrário do que disse o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, a base não recebeu as vítimas do acidente com o césio 137 — cujo acidente e contaminação aconteceu em 1987 — e, portanto, não tem qualquer experiência com quarentenas. De acordo com nota emitida pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), a unidade “não foi utilizada para isolamento/tratamento dos pacientes do acidente”.

“Todos os pacientes foram isolados no 3º andar do antigo Hospital-Geral do Inamps (atual Hospital Alberto Rassi)”, em Goiânia, segundo o texto. E acrescenta: “parte dos pacientes foram transportados e atendidos no Hospital Marcílio Dias (que pertence à Marinha do Brasil), na cidade do Rio de Janeiro, hospital de referência para tratamento de radioacidentados”.


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