Brasil

Bolsonaro: "Quem matou foi a PM da Bahia, do PT"

Presidente comentou, pela primeira vez, a morte do ex-PM e miliciano Adriano da Nóbrega, ocorrida há uma semana, e disse que o filho Flávio é quem pediu para homenageá-lo

Correio Braziliense
postado em 16/02/2020 04:04
Presidente participou de inauguração de obra na Ponte Rio-Niterói


O presidente Jair Bolsonaro, que no passado condecorou o ex-PM e miliciano Adriano Magalhães da Nóbrega, disse ontem que “a PM da Bahia, do PT” é a responsável pela morte do militar. E, em seguida, questionou: “Precisa dizer mais alguma coisa?”. Bolsonaro esteve no Rio de Janeiro para um evento evangélico, quando se referiu à operação que culminou na morte do miliciano, ocorrida em 9 de fevereiro, no município de Esplanada, a 170km de Salvador. Em relação à Medalha Tiradentes, a mais alta honraria do Rio, por indicação do gabinete do filho, o agora senador Flávio Bolsonaro (sem Partido-RJ), Bolsonaro disse que ele mesmo tinha pedido ao número 03 para fazer a homenagem.

“A medalha foi em 2005. Não tem nenhuma sentença julgada condenando o capitão Adriano por nada, sem querer defendê-lo”, argumentou o presidente do Brasil. Flávio, que acompanhava o pai, se limitou a dizer apenas que “isso tem 15 anos”. E lembrou que fez questão de pedir para não cremarem o corpo, já que pelo que soube “e como mostrou a revista Veja, ele foi torturado”. De acordo com a reportagem, o corpo de Adriano tinha marcas de coronhadas e de tiros a curta distância.

Bolsonaro também foi questionado sobre o motivo da morte do ex-policial e citou notícias publicadas pela imprensa nas quais peritos explicavam que seria “queima de arquivo”. Foi quando Flávio se exaltou: “Pra falar o quê? Com certeza, não é pra falar sobre nós, porque não tem o que falar contra nós, não temos envolvimento nenhum com milícia”, disse.

À noite, pelo Twitter, o governador Rui Costa (PT) disse que “a Bahia luta contra e não vai tolerar nunca milícias nem bandidagem” e afirmou haver “laços de amizade” entre a Presidência e o miliciano Adriano da Nóbrega. Em resposta, o Planalto divulgou uma nota de Bolsonaro, em que o presidente ressalta que Costa “não só mantém fortíssimos laços de amizade com bandidos condenados em segunda instância, como também lhes presta homenagens, fato constatado pela sua visita ao presidiário Luís Inácio Lula da Silva, em Curitiba, em 27 de junho de 2019”.

Banana
Pela manhã, Bolsonaro repetiu o gesto de “banana” para jornalistas de plantão no Palácio da Alvorada. Desta vez, foi em resposta a perguntas sobre o desmonte da tradicional Biblioteca da Presidência da República, no Anexo I do Palácio do Planalto, para abrigar a equipe do programa Pátria Voluntária, coordenado por Michelle Bolsonaro. “Vocês só se preocupam com besteira. Nenhum livro vai embora, vai ficar tudo lá. A primeira-dama faz um trabalho de graça para o Brasil. Então, em vez de vocês elogiarem, vocês criticam. Tenha paciência”. A biblioteca tem acervo de 42 mil itens e 3 mil discursos de presidentes.  A “banana” de Bolsonaro para a imprensa já está se tornando comum. Em 8 de fevereiro, fez o mesmo gesto, quando se recusou a dar entrevista, em consequência da repercussão negativa de suas declarações em relação aos portadores do vírus da Aids.







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