Correio Braziliense
postado em 18/02/2020 18:21
Em manifestação sigilosa enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF), a Advocacia-Geral da União (AGU) defendeu a permanência do lÃder do Primeiro Comando da Capital (PCC), Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, na Penitenciária Federal de BrasÃlia. O caso, que tramita sob segredo de Justiça, está sob a relatoria do ministro LuÃs Roberto Barroso.
O governo do DF é contra a presença de Marcola e outros lÃderes de facções criminosas na região. "BrasÃlia não é local para abrigar presos dessa natureza, temos autoridades e 180 organizações internacionais na capital", disse à reportagem o governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), na semana passada.
Segundo o Estado/Broadcast apurou, a AGU alega que de todas as penitenciárias federais, BrasÃlia possui a maior e melhor estrutura de apoio. A AGU também sustenta que já havia episódios de atuação do PCC no DF mesmo antes da transferência de lÃderes de facções criminosas para a capital.
Responsável por defender os atos do governo federal, a AGU ainda destaca no documento experiências internacionais, ressaltando que capitais como Paris, Berlim e Londres também abrigam presÃdios.
De acordo com o órgão, a abertura da penitenciária federal em BrasÃlia não gerou impacto na segurança pública, porque o Fundo Constitucional do DF (uma espécie de mesada bilionária que o DF recebe da União) já arca com as despesas para a manutenção das polÃcias na região, além de outros recursos transferidos da União para o governo local.
Em dezembro do ano passado, o Exército cercou a Penitenciária Federal de BrasÃlia após setores da inteligência do governo receberem informações de um plano para resgatar Marcola. O plano para resgatar Marcola teria sido planejado por Gilberto Aparecido dos Santos, conhecido como Fuminho ou Magrelo, apontado como uma das principais lideranças do PCC.
Fuminho é considerado o maior traficante do Brasil e apontado como "sócio" de Marcola nas operações no PaÃs. De acordo com informações de setores da inteligência, ele está na BolÃvia, de onde controla a operação de envio da droga para a Europa.
Em fevereiro do ano passado, uma megaoperação foi feita nos presÃdios de São Paulo para isolar 22 lideranças do PCC. Marcola, que estava na Penitenciária II de Presidente Venceslau, foi transferido primeiro para Porto Velho, em Rondônia. Em março, menos de um mês após sair da unidade paulista, o criminoso foi trazido para a Penitenciária Federal de BrasÃlia. Outros três integrantes do PCC vieram no mesmo dia: Cláudio Barbará da Silva, Patrik Wellinton Salomão, e Pedro Luiz da Silva Moraes, o Chacal.
O governo do DF é contra a permanência de todos os lÃderes de facções criminosas na capital federal.
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.