Brasil

Polícia Rodoviária começa hoje ação para evitar acidentes nas estradas

Polícia Rodoviária Federal executa a Operação Carnaval 2020, que vai durar pelos próximos seis dias e objetiva coibir os exageros e as imprudências de alguns motoristas, comuns neste período de festa e feriado prolongado

Correio Braziliense
postado em 21/02/2020 06:00
Com ajuda dos radares móveis, PRF pretende fazer com que o motorista compreenda que ele também é responsável pela segurança da própria viagemCarnaval, feriado prolongado, viagens, festas e bebidas. A combinação, que preocupa a Polícia Rodoviária Federal, é esperada a partir desta sexta-feira (21/2). Por isso, a PRF colocou em prática, desde a meia-noite, a Operação Carnaval 2020. Realizada todo ano, a ação deste ano quer conscientizar as pessoas para a responsabilidade de construir um trânsito seguro. Com a duração de seis dias, a campanha tem intuito de fazer ações preventivas e de fiscalizar para coibir os excessos e evitar acidentes.

“Este ano, temos um foco na questão da conscientização das pessoas. Não é esperar da polícia que forneça toda a segurança, pois todos nós devemos investir nisso. É uma responsabilidade de todos nós”, afirmou o chefe do núcleo de comunicação social da PRF no Distrito Federal, André Alves. Uma das medidas para conscientizar é o cinema rodoviário, ação que durante a abordagem convida o motorista para uma palestra rápida.

“É uma ação pontual, mas vai acontecer em algumas rodovias”, indica. André explica que o fluxo aumentado de veículos nas estradas e ruas, somado à ingestão de bebidas alcoólicas, acende o alerta dos órgãos que trabalham com o trânsito. A Lei Seca, que completou 12 anos quarta-feira, é um dos mecanismos para barrar o consumo de álcool associado à direção.

“É um feriado prolongado e as pessoas que aproveitam para viajar para visitar família e para passar a data em outro local. Observamos que muitas delas não têm o costume de pegar rodovias”, pontua. Por isso, medidas serão tomadas para facilitar o trânsito. A PRF enviou ofícios às concessionárias de rodovias para pedir a paralisação de obras, sem caráter emergencial, durante feriado.

Além disso, haverá restrição do trânsito de veículos pesados nas estradas. Veículos com dimensões excedentes (acima de 2,6 m de largura, 4,4 m de altura e 19,8 m de comprimento, e peso bruto total de mais de 57 toneladas) não poderão transitar por rodovias em alguns horários. “Isso ajuda a evitar ultrapassagens e dar uma fluidez do trânsito, principalmente nos dias de ida e retorno às cidades de origem dos motoristas”, explica André.

Conscientização

 André afirma que, no geral, consegue perceber que os motoristas estão mais conscientes. Os números de acidentes ocorridos no período do carnaval reforçam a ideia porque estão em queda desde 2015. Apesar disso, a Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet) alerta aos motoristas com um levantamento realizado pela instituição: de acordo com os dados, em 10 anos mais de 58 mil pessoas se envolveram em acidentes de trânsito nas estradas durante o feriado de carnaval, e neste mesmo período, 1.411 morreram por causa da imprudência ao volante.

O coordenador do programa S.O.S. Estradas, Rodolfo Rizzotto, acredita que a tecnologia dos veículos, que foi aperfeiçoada com o tempo, reduz as consequências dos acidentes graves. Mas ainda é preciso atentar para alguns pontos. “Muitas pessoas estarão trabalhando e depois pegarão o carro sem ter descansado. Descansar é fundamental. Em primeiro lugar, é preciso cuidar do motorista”, indica.

Acidentes caem; mortes, pico foi 2017

2015 2.810 acidentes 116 mortes

2016 1.764 acidentes 114 mortes

2017 1.744 acidentes 150 mortes

2018 1.525 acidentes 103 mortes

2019 1.181 acidentes 84 mortes

Fontes: Polícia Rodoviária Federal e Abramet

Radares estarão funcionando na fiscalização

Desde 23 de dezembro do ano passado, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) voltou a usar radares estáticos e portáteis para fiscalizar a velocidade dos veículos nas estradas no país. 
 
Em agosto de 2019, o presidente Jair Bolsonaro determinou ao Ministério da Justiça e Segurança Pública a suspensão do uso de radares fixos, móveis e portáteis. No entanto, a ordem foi questionada pelo Ministério Público Federal (MPF) que pediu a volta dos radares alegando que a ausência da fiscalização eletrônica é um estímulo à imprudência. 
 
A 1ª Vara Federal Cível do Distrito Federal acatou o pedido do MPF e determinou o retorno do uso dos equipamentos.

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