Brasil

Blocos atraem multidão no Rio

Primeiro dia de folia na capital do samba atrai 1 milhão de pessoas, segundo dados da prefeitura. Desfile pelas ruas da cidade foi marcado pela criatividade e pela irreverência dos participantes

Correio Braziliense
postado em 23/02/2020 04:04
Cordão do Bola Preta teve 630 mil participantes, segundo a Riotur. Duas pessoas foram presos
 
 
Osábado de carnaval no Rio de Janeiro registrou mais de 1 milhão de pessoas nos 60 blocos que ocuparam as ruas da cidade, de acordo com as estimativas da prefeitura carioca. As fantasias de empregadas domésticas com adereços de personagens da Disneylândia, em uma clara alusão à desastrosa fala do ministro da Economia, Paulo Guedes, foram alguns dos destaques entre os foliões, que também criticaram a crise da água no Rio, o dólar alto e os delírios de terraplanistas.
Apenas o tradicional Cordão do Bola Preta arrastou 630 mil pessoas pelas ruas do Centro pela manhã, segundo a Empresa de Turismo do Município do Rio (Riotur), dado abaixo do previsto pelos organizadores no cadastro junto à prefeitura, de 700 mil pessoas. O dado, no entanto, foi criticado pelo presidente do Bola Preta, Pedro Ernesto Araújo Marinho, quando encerrou o cortejo. “Eu não consigo entender esse tipo de estimativa. Como que pode, no ano passado, com um público menor, deram 700 mil e, hoje, 630 mil? Mas tudo bem”, disse. “É por isso que o carnaval está acabando”, emendou.
 
Comemorando 102 anos, o Bola Preta é o bloco mais antigo do Brasil. Ele atraiu celebridades como a atriz Leandra Leal e o cantor Neguinho da Beija-Flor, padrinhos do único remanescente dos antigos cordões carnavalescos. O cortejo também foi prestigiado pela porta-bandeira da Beija-Flor, Selminha Sorriso, e pela atriz Paolla Oliveira.
 
Em Copacabana, na Zona Sul, o Bloco da Favorita reuniu 300 mil pessoas, segundo a Riotur, mas terminou em confusão, conforme lembrou Marinho. De acordo com dados da prefeitura, o Carrossel de Emoções, especializado em funk, desfilou com 115 mil pessoas na Barra da Tijuca. Enquanto isso, o Escangalha reuniu 50 mil pessoas na Zona Sul. Na mesma região, o Empolga às 9 e a Banda de Ipanema, atraíram 120 mil e 10 mil pessoas, respectivamente, pelas estimativas dos organizadores.
 
De acordo com a Secretaria de Estado de Polícia Militar, dois homens foram presos no Centro e os agentes “apreenderam seis facas, cinco tesouras, sete chaves de fenda, um canivete, dois alicates, quatro estiletes, dois simulacros, uma arma de choque e garrafas” nas revistas durante o Bola Preta. Em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, duas pessoas foram baleadas: pai e filho.
 
Grupo de acesso

O segundo dia de desfiles das escolas de samba do grupo de acesso na Marquês de Sapucaí foi aberto pela Acadêmicos do Sossego. Em seguida, se apresentaram a Inocentes de Belford Roxo, que homenageou a jogadora Marta. Depois, seguiram Unidos de Bangu, Acadêmicos de Santa Cruz, a tradicional Imperatriz Leopoldinense, rebaixada no ano passado. A Unidos de Padre Miguel e a Império da Tijuca encerram o show. Hoje à noite, desfilam as escolas do Grupo Especial.
Na noite de sexta-feira, a passarela do samba recebeu as primeiras sete escolas da Série A, com críticas políticas e sociais. O desfile foi aberto pela Acadêmicos de Vigário Geral, comunidade da Zona Norte. Com o enredo O Conto do Vigário, a agremiação trouxe para a avenida as farsas que marcaram a história do Brasil desde a colonização, levando engano e frustração ao povo. Na sequência, desfilaram Acadêmicos da Rocinha, Unidos da Ponte, Unidos do Porto da Pedra, Acadêmicos do Cubango, Renascer de Jacarepaguá e Império Serrano, que pode ser rebaixada. A escola deve perder pontos, sobretudo, por causa de sua ala de baianas. As integrantes desfilaram sem saias. 
 
 
 

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