Correio Braziliense
postado em 23/02/2020 04:04
Cláudia Telles de Mello Matos morreu no fim da tarde de sexta-feira, aos 62 anos, vítima de complicações cardiorrespiratórias. Ela estava internada desde 16 de janeiro no hospital Ronaldo Gazzola, no bairro de Acari, Rio de Janeiro. A cantora deixou sucessos como Aprenda a amar, que compôs com Walter D’Ávila Filho, Eu preciso de você, também de Robson Jorge e Mauro Motta, e a citada Fim de tarde. Cláudia era filha de Sylvia Telles, uma das cantoras ícones da Bossa Nova.
“Gostaria de agradecer a cada um de vocês que acompanhou, torceu, orou e rezou pela melhora de minha mãe. Ela tinha um carinho imenso por todos vocês”, disse o filho Bruno Telles ao jornal O Dia, numa mensagem aos fãs. Até o fechamento desta edição, o horário e o local do sepultamento não haviam sido divulgados.
Sylvia Telles, precursora da Bossa Nova, foi a principal referência para Cláudia Telles quando ela, ainda adolescente, decidiu seguir o ofício exercido pela mãe. Inicialmente, participou de alguns musicais de teatro e, em seguida, passou a atuar como backing vocal em gravações de astros da MPB, como Roberto Carlos, Gilberto Gil, Jorge Ben Jor, Rita Lee e Fafá de Belém.
Cláudia ficou órfã aos nove anos de idade, mas já na infância mostrava-se atenta ao canto, timbre e repertório de Sylvinha — como a intérprete era chamada pelos companheiros do movimento bossa-novista — por quem tinha grande admiração.
Ela foi criada pelos avós maternos, uma vez que tinha pouco contato com o pai, o compositor e violonista José Cândido Mello Matos Sobrinho, o Candinho.
Ainda na adolescência, após a morte dos avós, Cláudia foi morar sozinha em Copacabana, num apartamento deixado de herança pela mãe. Foi naquela época que a música entrou definitivamente na vida da cantora.
Ao gravar Fim de tarde, canção de Robson Jorge e Mauro Motta, no primeiro compacto, em 1976, deixou claro que se tratava de uma intérprete romântica. Essa faceta se tornou ainda mais acentuada nos LPs que viria lançar, principalmente, no Solidão pra quê. Além de canções, sambas-canção e baladas, ela gravou discos em homenagem a Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Cartola e Nelson Cavaquinho, além de Por causa de você, de 1997, que dedicou à Sylvia Telles, numa espécie de revisão da Bossa Nova.
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