Correio Braziliense
postado em 25/02/2020 04:15
O sargento da Aeronáutica Manuel Silva Rodrigues, detido em 2019 na Espanha com 39 quilos de cocaína, quando viajava como parte da tripulação de apoio da viagem que o presidente Jair Bolsonaro fazia ao Japão, aceitou ontem cumprir seis anos de prisão depois de admitir a autoria do tráfico e se confessar estar profundamente arrependido — segundo informou um porta-voz do Judiciário espanhol. Inicialmente, o militar pegaria oito anos de cadeia.
“A Promotoria reduziu o pedido de prisão de oito anos para seis anos e um dia e a defesa do militar aceitou essa pena”, afirmou comunicado do tribunal de Sevilha (Andaluzia), local do julgamento do sargento.
O militar foi detido quando o avião que tripulava fez uma escala na Espanha. Na cidade, receberia o sinal de um contato, para o qual passaria a droga. Na ocasião, Bolsonaro classificou o fato como “inaceitável”, exigiu uma investigação e “punição severa ao responsável”.
Dificuldades
A Força Aérea Brasileira (FAB), responsável pela segurança do avião, anunciou o reforço das medidas de controle para prevenir esse tipo de ilícito. Manuel, que entrou para a Aeronáutica em 2000, realizou pelo menos 29 viagens no Brasil e ao exterior desde que ingressou, em 2010, no Grupo de Transporte Especial (GTE), que é responsável, entre outras funções, por transportar a cúpula do governo.
“Em 20 anos de militar, nunca abriram nenhum processo contra mim, e eu nunca tive nenhuma sanção, mas meu salário não é muito alto e eu estava passando por dificuldades econômicas”, disse o sargento, segundo o jornal ABC de Sevilla. A corte considerou que ele foi sincero na confissão e, por isso, decidiu por reduzir-lhe a pena.
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