Correio Braziliense
postado em 26/02/2020 04:04
Um homem de 61 anos é o primeiro caso de infecção por coronavírus no Brasil. Ele chegou da Itália no último dia 21 e esteve na Lombardia, a trabalho, entre os dias 9 e 21 de fevereiro, região mais afetada pelo contágio. Ele deu entrada dia 25 no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, com sintomas de ter sido afetado pela Covid-19 — febre, tosse seca, dor de garganta e coriza.
Depois dos primeiros exames, que constararam a contaminação, a suspeita foi confirmada por uma contraprova feita à noite. Os demais passageiros que estavam no voo que veio da Itália, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), serão procurados para que se submetam a exames.
O Ministério da Saúde divulga hoje u esquema para evitar a disseminação do vírus pelopaís. Ontem, em nota, salientou que o hospital “adotou todas as medidas preventivas para transmissão por gotículas, coletou amostras e realizou testes para vírus respiratórios comuns e o exame específico para SARS-CoV2, conforme preconizado pela Organização Mundial de Saúde”.
Ainda segundo a nota do ministério, “com resultados preliminares realizados pela unidade de saúde e de acordo com o Plano de Contingência Nacional, o hospital enviou a amostra para o laboratório de referência nacional, Instituto Adolfo Lutz, para contraprova. Todas as ações e medidas seguidas estão de acordo com os protocolos do Ministério da Saúde e da OMS e diariamente atualizações são informadas em coletivas e boletins epidemiológicos”. Segundo o Albert Einstein, o paciente não precisará de internação, mas deverá ficar isolado.
Pela primeira vez, a Itália é investigada como difusora do coronavírus. O país, que já tem 322 casos confirmados de infecção, figura no rol daqueles que demandam atenção, assim como Austrália, China, Coreia do Sul, Coreia do Norte, Camboja, Filipinas, Japão, Malásia, Vietnã, Cingapura, Tailândia, Alemanha, França, Irã e Emirados Árabes.
O Brasil recebeu pelo menos 5,3 mil voos, no ano passado, desses países. O número de passageiros que vieram de Itália, França Alemanha e Emirados Árabes soma 1,3 milhão de pessoas, segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Depois da notícia, o ministro da Saúde, Henrique Mandetta, compartilhou no Twitter a nota do ministério e escreveu: “Estamos atentos”.
Mais suspeitas
A Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo investiga mais três casos suspeitos de coronavírus no estado, todos em adultos. São viajantes que vieram de algum dos países que entraram na lista de vigilância do ministério. De acordo com a secretaria, 26 casos já foram descartados em São Paulo.
O órgão de saúde lembrou que pessoas que apresentarem sintomas como febre, dificuldade para respirar, tosse ou coriza e que tenham histórico de viagem em área com circulação do vírus ou contato próximo com algum caso suspeito ou confirmado para o vírus devem procurar o serviço de saúde. A prevenção pode ser feita com uso de máscaras, higienização das mãos e não compartilhamento de objetos de uso pessoal.
Em todo o Brasil, já foram descartados 54 casos suspeitos. Até a última segunda-feira, o Ministério da Saúde indicou que, além dos casos paulistas, havia mais um no Rio. Os secretários estaduais de saúde avaliam ser questão de tempo até o Brasil ter mais casos confirmados do novo coronavírus. Apesar disso, consideram que o país está pronto para conter o avanço da doença e tratar os pacientes, segundo Alberto Beltrame, presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).
- Como prevenir
» Lavar as mãos frequentemente com água e sabonete, por pelo menos 20 segundos, respeitando os cinco momentos de higienização. Se não houver água e sabonete, usar um desinfetante para as mãos à base de álcool.
» Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
» Evitar contato próximo com pessoas doentes.
» Ficar em casa quando estiver doente.
» Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e jogar no lixo.
» Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com frequência. - 1º suspeitos foram os repatriados da China
No último dia 23, os 58 brasileiros que cumpriam quarentena na Base Aérea de Anápolis foram liberados depois de 14 dias de confinamento, o tempo necessário para descartar uma possível contaminação pelo novo coronavírus, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). A saída da quarentena aconteceu antes do prazo inicialmente previsto pelo governo brasileiro. O Ministério da Defesa havia informado anteriormente que a quarentena brasileira duraria 18 dias e, por isso, se estenderia até amanhã. O grupo veio da cidade chinesa de Wuhan, considerada o núcleo da epidemia, para escapar da contaminação.
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