Brasil

Confirmação não muda status

Correio Braziliense
postado em 27/02/2020 04:13
O primeiro caso de coronavírus no Brasil, de um homem de 61 anos, que retornou da Itália na última sexta-feira, está sob controle. De acordo com o Ministério da Saúde, ele está bem e em isolamento domiciliar, em São Paulo. Mesmo assim, o país permanece no terceiro e último nível de alerta, o de emergência de saúde pública de importância nacional. Segundo o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, o caso confirmado não muda em nada o status sanitário, porque que o Brasil estava em vigilância total desde 4 de fevereiro.

“Esse nível só seria declarado caso o Brasil tivesse um caso confirmado, mas antecipamos por causa dos preparativos feitos em função da quarentena dos brasileiros vindos de Wuhan. Então, do ponto de vista de status sanitário, não muda nada porque já tínhamos tomado essa medida dias atrás”, esclareceu, em coletiva realizada ontem.

Além do caso confirmado, o ministério monitora outros 20, a maioria deles (11) em São Paulo. Os outros estão na Paraíba (1), em Pernambuco (1), no Espírito Santo (1), em Minas Gerais (2), no Rio de Janeiro (2) e em Santa Catarina (2) — outros 59 casos já foram descartados. O secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson de Oliveira, explicou que no terceiro nível existem duas fases: a de contenção e a de mitigação. Disse ainda que o Brasil está na fase de contenção, que tenta evitar que o agente infeccioso avance.

“Caso se espalhe, temos a fase de mitigação, que consiste em evitar casos graves e óbitos. Planejamento similar ao que foi feito durante a pandemia de influenza em 2009”, explicou Wanderson.

Fronteiras
Mandetta afirmou que não tem intenção em fechar fronteiras, pois acha uma atitude sem eficácia. O ministro acredita que o trânsito de pessoas para o Brasil deve se intensificar, devido à antecipação de algumas viagens. “As pessoas antecipam a volta das férias e de intercâmbios por causa dessa ameaça do vírus em outros países”, avaliou.

Sobre viagens ao exterior, Mandetta citou a “regra do bom senso”, sobretudo se o destino for países nos quais o vírus atua fortemente. “Se não for necessário, por que você vai se programar? Melhor esperar ver como isso se comporta, mas não podemos parar a vida porque existe um resfriado, uma gripe e uma síndrome respiratória”, afirmou.

Ele garantiu que a vigilância será aumentada e os preparativos para atendimentos também. O Ministério da Saúde espera reforçar o estoque de equipamentos de proteção individual e insumos, como máscaras, luvas, toucas e álcool em gel em até sete dias. De acordo com a pasta, a licitação, anunciada desde o início de fevereiro, foi concluída e as empresas vencedoras têm prazo de sete dias para entregar os produtos ao ministério. Mandetta indicou que a divisão será feita de acordo com um cálculo por população. “Vamos iniciar pelo estado de São Paulo, que é o mais populoso”. (MEC e RG)

Mandetta cobra que OMS decrete situação de pandemia
O ministro Luiz Henrique Mandetta cobrou que o avanço do novo coronavírus (Covid-2019) seja considerado uma pandemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Essa medida seria um reconhecimento de que a doença infecta, simultaneamente, pessoas ao redor do mundo, ou seja, não está restrita a uma região, e permitiria ampliar a lista de alerta de países para a doença. “Muito em breve a OMS terá de considerar o coronavírus como pandemia”. Atualmente, o órgão considera a doença uma emergência global, colocando em alerta apenas países em que há transmissão interna “consistente” da doença, com mais de cinco infecções dentro do mesmo território. Ou seja, que não foram “importadas” de outras nações. Na última segunda-feira, o Ministério da Saúde adicionou oito países na lista de alerta do novo coronavírus, incluindo os primeiros três da Europa: Itália, Alemanha, França. Além desses, entram no rol Austrália, Filipinas, Malásia, Irã e Emirados Árabes.

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