Brasil

Casos suspeitos saltam para 132

Ministério explica que aumento foi pela inclusão de mais países na lista daqueles com transmissão ativa do agente, e número pode disparar. Governo antecipa a vacinação contra a gripe

Correio Braziliense
postado em 28/02/2020 04:14
Gabbardo ficou supreso com o crescimento de suspeitas, mas salientou que pode ser um movimento pontual

Depois da confirmação de um caso do novo coronavírus dentro do Brasil, o número de suspeitas da doença no país cresceu exponencialmente. De acordo com o último boletim, divulgado ontem pelo Ministério da Saúde, há 132 casos possíveis em todo o país. No total, 16 estados notificaram a pasta. São Paulo lidera, com 55. No Distrito Federal, cinco pessoas são investigadas. Diante do crescimento de suspeitas e da única confirmação, o ministério antecipou para 23 de março o começo da vacinação contra a gripe em todo o país.

O secretário executivo do ministério, João Gabbardo, explicou que um dos principais motivos desta disparada foi a mudança dos critérios de casos suspeitos, com a inclusão de mais países na lista dos que possuem transmissão ativa do vírus. Agora, pessoas que apresentarem febre e mais um sintoma gripal, como tosse ou falta de ar e tiveram passagem pela Alemanha, Austrália, Emirados Árabes, Filipinas, França, Irã, Itália, Malásia, Japão, Cingapura, Coreia do Sul, Coreia do Norte, Tailândia, Vietnã e Camboja, além da China, nos últimos 14 dias, se enquadram na definição de quadro suspeito.

Dos 132 casos possíveis, 121 têm histórico de viagem para algum dos países da lista; oito são contatos de casos suspeitos; e três contatos de caso confirmado. O secretário também acredita que o número de pessoas que procuraram unidades de saúde após o carnaval, além do caso confirmado, influenciaram no número de suspeitos.

Isso representa, segundo ele, que o número pode ser ainda maior. Ontem havia outras 213 notificações em análise. “A equipe do Ministério da Saúde trabalhou até as 12h desta quinta-feira e fechou este número de 132 casos suspeitos, mas ainda há outros em análise. Eles podem ser considerados suspeitos, mas também podem ser descartados. Por isso, acreditamos que esse número pode ser maior. Acho que estamos perto de 300 casos suspeitos”, explicou.

O Ministério da Saúde esperava o aumento, mas o crescimento exponencial surpreendeu Gabbardo. “Não esperava tanto. Não sei se foi um movimento esporádico ou se vai se manter. Por isso, é muito importante a nossa avaliação nos próximos dias”, avaliou.

Vacinação

Os recentes números e a confirmação do primeiro contágio fizeram com que o Ministério da Saúde decidisse antecipar para 23 de março o início da campanha de vacinação contra a gripe deste ano. De acordo com o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, além de começar mais cedo, a campanha deve incluir novos grupos populacionais.

“Essa campanha é pensada sempre acima de 60 anos. Este ano, vamos fazer outros grupos, além dos idosos. Devemos fazer forças de segurança, população presidiária e agentes penitenciários, por exemplo. Devemos fazer a ampliação de segmentos para diminuir a circulação epidêmica”, afirmou Mandetta, em entrevista coletiva em São Paulo.

Segundo o ministro, a vacina contra a gripe, embora não proteja contra o coronavírus, ajudará a reduzir os casos de infecções, diminuindo a sobrecarga do sistema de saúde. “É um instrumento importante neste momento, porque você diminui a espiral de epidemias desses outros vírus que podem ocorrer e confundir a população”, justificou.


Ação judicial para garantir máscaras
O secretário executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo, disse que “preocupam muito” os problemas para obtenção de equipamentos de proteção individual contra o coronavírus, em especial aventais e máscaras para a rede pública. Explicou que o governo pode acionar a Justiça para garantir o fornecimento de máscaras, até mesmo aplicando multas e fazendo busca e apreensão em empresas. O secretário afirmou que retirar empresas de cadastro de fornecedores é uma hipótese. Acrescentou que os estados têm estoques de máscaras, pois o equipamento é de uso corriqueiro, mas o governo precisa se antecipar no caso de um surto. A busca do ministério é por 20 milhões de máscaras.



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