Correio Braziliense
postado em 01/03/2020 04:13
O Ministério da Saúde confirmou ontem o segundo caso de coronavírus no Brasil, em São Paulo. O paciente voltou de viagem a Milão, na Itália, na última quinta-feira, mesmo país onde esteve o primeiro brasileiro infectado pelo vírus. O novo paciente também foi atendido no Hospital Israelita Albert Einstein, na capital paulista, cidade onde mora. De acordo com a pasta, não há evidência de que o vírus esteja circulando em território nacional.
Quando chegou ao Brasil, na quinta-feira, o paciente, de 32 anos, já apresentava sintomas da doença, como febre, tosse e dores musculares, de garganta e de cabeça. Na sexta-feira, procurou atendimento médico no Albert Einstein, onde foi detectada a Covid-19, nome oficial da doença. O hospital encaminhou o resultado do exame ao Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, um dos laboratórios que têm feito o monitoramento genético do vírus.
O quadro clínico do morador de São Paulo, segundo o ministério, é “leve e estável”. O paciente usou máscara durante o voo de volta ao Brasil e, agora, está em isolamento domiciliar com a esposa, que o acompanhou na Itália, mas não apresenta sintomas da doença. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e as Secretarias de Saúde estadual e municipal investigam contatos próximos a ele durante o voo e em locais por onde passou.
De acordo com a pasta, o hospital “adotou todas as medidas preventivas para transmissão por gotículas”. A Secretaria Municipal de Saúde de SP acompanhará diariamente a situação do casal. O primeiro diagnóstico de infecção foi confirmado na última quarta-feira, também no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. O paciente é um homem de 61 anos, que chegou da Itália em 21 de fevereiro.
Até ontem, 207 casos suspeitos de coronavírus são monitorados em 15 estados e no Distrito Federal, de acordo com boletim divulgado ontem pelo Ministério da Saúde. Até agora, 79 suspeitas foram descartadas. Os estados com maior número de notificações são São Paulo, com 91; Rio Grande do Sul, com 27; Rio de Janeiro, com 19; e Minas Gerais, com 17. Também há nove suspeitas na Bahia e outras nove em Santa Catarina.
No Ceará, seis pacientes são monitorados atualmente. Pernambuco, Paraná, Distrito Federal e Goiás têm cinco casos suspeitos de Covid-19, cada. No fim da lista, estão Rio Grande do Norte, com três; Mato Grosso do Sul e Espírito Santo, com dois, cada; e Paraíba e Alagoas, cada um com uma suspeita. Dois dos pacientes monitorados no DF estão no Hospital Regional da Asa Norte (Hran). Os outros, distribuídos em unidades de saúde da capital.
Há ainda uma pessoa em Formosa (GO), município goiano a cerca de 70km de Brasília, com suspeita da enfermidade. A Secretaria de Saúde do DF frisou que, como não há nenhum caso confirmado na região da capital federal, a situação está “sob controle”. De acordo com a pasta, as recomendações do Ministério da Saúde estão sendo seguidas.
Hospital no Rio
Ontem, após a confirmação do segundo caso, o governo de São Paulo anunciou a liberação de R$ 30 milhões para ações de prevenção e informação sobre o coronavírus. Uma delas será o lançamento de uma cartilha de orientação, em cinco idiomas: português, inglês, espanhol, italiano e chinês. “Um dos fatores mais importantes é a comunicação para que a população possa ter tranquilidade, não ter pânico”, disse o governador João Doria (PSDB).
Outros estados também se preparam para identificar e tratar eventuais casos da doença. No Rio de Janeiro, o governo prometeu a inauguração, em 40 dias, de um hospital com 75 leitos, que poderá ser dedicado exclusivamente ao Covid-19. O secretário estadual da Saúde do estado, Edmar Santos, não deixou claro se será construído um novo prédio ou se será usado um já em funcionamento. Além disso, uma ala de um hospital já existente, com 20 leitos, também poderá ser separada somente para os casos da doença.
O Ministério da Saúde informou que vai mudar o fluxo de notificação dos casos suspeitos do novo coronavírus a partir de amanhã. Em vez de centralizar as análises na pasta, passará a considerar integralmente os dados repassados por gestores locais. “A partir de agora, as secretarias estaduais ficarão responsáveis por fazer a análise dos seus casos. Depois, enviarão os dados mais refinados para o ministério”, explicou o secretário executivo do ministério, João Gabbardo.
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