Brasil

Possível quarto caso de coronavírus no Brasil é uma menina de 13 anos

Homem trouxe a Covid-19 depois de andar por Espanha, Itália, Áustria e Alemanha. Já uma adolescente esteve nos Alpes italianos e retornou ao país assintomática, mas fez o teste, que detectou o coronavírus e aguarda confirmação. Para o Ministério, prova que agente infeccioso não circula no Brasil

Correio Braziliense
postado em 05/03/2020 06:00
Ministro disse que o caso da jovem foge ao padrão do registrado até agora, pois ela não tem, por enquanto, as reações de um infectadoMinistério da Saúde confirmou nesta quarta-feira (4/3) o terceiro caso de coronavírus no Brasil. Assim como os dois anteriores, o novo infectado também está em São Paulo. A pasta informou que há ainda um quarto caso, igualmente em São Paulo, que apresentou resultado positivo no exame feito por um laboratório particular – mas o teste precisa passar por contraprova para entrar para lista de confirmações.

O terceiro infectado apresentou sintomas da Covid-19, como tosse e dor de garganta, e tem histórico de viagem para Espanha, Itália, Áustria e Alemanha. O homem, de 46 anos e de nacionalidade colombiana, é administrador de empresas, mora em São Paulo e retornou de viagem para o Brasil no último sábado. O paciente também está isolado em casa. “Ele está clinicamente bem e as medidas para monitoramento já estão sendo feitas”, indicou o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.

Já o caso cuja confirmação ainda não saiu — a contraprova foi realizada pelo Instituto Adolfo Lutz –– é de uma jovem de 13 anos, que esteve na Itália. A estudante ficou internada em um hospital nas Montanhas Dolomitas, nos Alpes Italianos, por causa de uma artroscopia no joelho.

Segundo Mandetta, este quarto episódio é diferente dos outros porque a adolescente não apresentou nenhum sintoma, mas, ao retornar de viagem no último domingo, procurou um hospital para fazer o exame, pois esteve na Itália. “Ela fez uma coleta totalmente fora da curva e dos padrões de saúde pública. Pelo fato de ter vindo de fora e passado por um hospital, imagino que isso motivou a realização desse exame. Não vamos fazer exames em todos, como uma loteria, para saber se alguém tem o vírus”, afirmou o ministro. A paciente continua assintomática, mas está isolada em casa por recomendação.

Como os dois novos casos são de pessoas que viajaram para fora do país, de acordo com o Ministério não existem evidências de uma possível circulação do vírus no Brasil.

A pasta informou ainda que o número de suspeitas subiu e, atualmente, 531 são monitorados. Somente Acre, Amapá, Tocantins, Maranhão e Roraima não possuem investigações. São Paulo é o estado com mais casos notificados: 135. Outros 315 casos foram descartados.

A lista de países monitorados também aumentou e, agora, são 31: Alemanha, Argélia, Austrália, Canadá, China, Coreia do Norte, Coreia do Sul, Cingapura, Croácia, Dinamarca, Emirados Árabes, Equador, Espanha, Estados Unidos, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Indonésia, Irã, Israel, Itália, Japão, Líbano, Malásia, Noruega, Reino Unido, San Marino, Suécia, Suíça, Tailândia e Vietnã.

Contraprova

O Ministério da Saúde informou que laboratórios particulares podem adotar diferentes testes para confirmar o novo coronavírus e, por isso, estes exames precisam ser confirmados em um dos laboratórios e institutos de referência, pois podem ser testes diferentes do padrão adotado. Até o momento, somente a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o Instituto Adolfo Lutz, o Instituto Evandro Chagas e o Laboratório Central de Goiás realizam o teste oficial. Caso a contraprova do Ministério confirme o resultado de um exame de um laboratório independente, não será mais necessário pedir confirmações para outros resultados desta mesma unidade.

ANS nega cobertura de exame 

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) negou nesta quarta-feira (4/3) que os planos de saúde estudem a possibilidade de cobrir os testes para a detecção do coronavírus. A afirmação de que a entidade que regula a saúde complementar avaliaria a hipótese foi dada por Breno Monteiro, presidente da Confederação Nacional da Saúde (CNSaúde), na última terça-feira, em entrevista ao programa CB.Poder, uma parceria entre o Correio e a TV Brasília.

A ANS destacou que a realização de testes em suspeitos de terem contraído o vírus da Covid-19 continua a cargo da rede pública, que recebe as amostras dos hospitais e as envia para análise de laboratórios de referência. Como a realização dos testes é gratuita, e garantida pelo Ministério da Saúde para todos os casos suspeitos, não haveria necessidade de os planos pagarem pelo exame, segundo a Agência. “O acompanhamento ds Covid-19 segue os protocolos e as diretrizes do Ministério da Saúde, autoridade sanitária responsável pela resposta brasileira à doença”, salientou a reguladora.

Segundo ainda a nota da ANS, os pacientes diagnosticados com o novo coronavírus terão o tratamento garantido na saúde suplementar. A obrigatoriedade de cobertura pelos planos de saúde, segundo a Agência, variam de acordo com cada convênio. “O tratamento independe do resultado laboratorial e deve ser indicado a partir do diagnóstico clínico”, explica a nota. A entidade acrescentou, ainda, que está alinhada ao Ministério. “Trata-se de uma questão de saúde pública”, ressaltou.

Para cobrir uma eventual demanda por diagnóstico do novo coronavírus, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) produz, por semana, de 25 a 30 mil kits de teste. O ritmo, segundo o Ministério, é suficiente para atender à demanda.

Procurada para se manifestar sobre a posição da ANS, a CNSaúde não deu retorno até o fechamento desta edição.

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