Correio Braziliense
postado em 07/03/2020 04:13
O número de casos confirmados do novo coronavírus no Brasil subiu para 13, de acordo com a última atualização da situação nacional, feita pelo Ministério da Saúde, ontem. Destes, 10 casos são de São Paulo, um do Rio de Janeiro, um do Espírito Santo e outro da Bahia. No início desta semana, na segunda-feira, o país tinha apenas duas confirmações. Com a evolução da doença em território nacional, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, anunciou que, na próxima segunda-feira, novas medidas devem ser anunciadas para reforçar o enfrentamento da Covid-19.
De acordo com a pasta, os cinco novos casos confirmados são importados, ou seja, são de pessoas que chegaram de viagens para fora do país. Há pacientes que viajaram para Itália, Reino Unido e Estados Unidos. O caso da Bahia, por exemplo, é de uma mulher de 34 anos, moradora de Feira de Santana, que retornou da Itália, em 25 de fevereiro. Ela visitou as cidades de Milão e Roma, e manifestou os sintomas depois de chegar ao Brasil. É o primeiro caso confirmado no Nordeste e todos –– menos o da paciente de 13 anos que permanece assintomática –– estão em isolamento domiciliar.
Mandetta afirmou que, diante da nova situação encontrada pelo Brasil, será necessário fazer algumas mudanças na maneira de como o país lida com o vírus. A partir de agora, pessoas que voltam do exterior e tenham pelo menos dois dos sintomas — seja febre, tosse ou dificuldade de respirar –– devem ser investigadas como suspeitas. Segundo o ministro, só será desconsiderado quem voltar da África, da América do Sul e da América Central, já que esses continentes ainda não têm um grande número de casos.
“Antes, para ter um caso suspeito, a gente tinha que ver de onde o passageiro estava vindo. Começamos com Wuhan, epicentro da doença; depois, aumentamos para a China e, gradativamente, acrescentamos países na lista. Agora, temos transmissão sustentada na Europa, em alguns países do Oriente Médio e em outras nações. Não tem mais por que ficar estressando nosso sistema de saúde para considerar diversas possibilidades ao apontar um caso suspeito. Vamos adotar como se isso já tivesse sido reconhecido mundialmente”, completou.
O diretor do departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis, Júlio Croda, explicou que a medida facilita a vigilância de saúde para classificar esses casos como suspeitos ou excluídos. “Não precisamos ficar checando em que país estava. Fica mais fácil e isso produz mais eficiência para o sistema”, destacou.
Mandetta disse ainda que medidas que reforçam a atenção básica devem ser tomadas na próxima segunda-feira. “A porta de entrada é pela atenção básica. Na segunda-feira, a gente deve editar novas medidas de reforço da atenção primária, para abertura em horários estendidos, para o chamamento de médicos para esse programa Mais Médicos”, afirmou.
Além disso, uma portaria que disciplina a lei que fala de isolamento domiciliar deve ser publicada pela pasta. A habilitação de UTIs também foi mencionada pelo ministro.
Na última quinta-feira, o Ministério declarou que dois casos confirmados de São Paulo contraíram o vírus, por meio do contato com o primeiro paciente confirmado no país, um homem de 61 anos, que viajou para Itália. Segundo a pasta, desta forma é possível afirmar que há transmissão local do novo coronavírus no Brasil. Até ontem, os episódios de infecção eram apenas de pessoas contaminadas no exterior.
- Convocação de médicos sai na 2ª
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou que, na próxima segunda-feira, o governo pretende editar várias medidas voltadas à assistência sobre o novo coronavírus. A ideia é divulgar as normas para abertura de unidades de saúde básica em horários estendidos, editar a portaria que disciplina a lei sobre isolamento domiciliar, além de estender o alcance de nova convocação de profissionais ao Mais Médicos. “Já está pronto o edital e assinamos na segunda-feira”, disse, sobre o certame para chamamento do programa Mais Médicos. Na quinta-feira, o secretário executivo da pasta, João Gabbardo, afirmou que o governo planejava convocar profissionais apenas para cidades menores, mas resolveu ampliar para todas as faixas. Mandetta ainda frisou, novamente, que as pessoas que sentirem necessidade, procurem as unidades básicas de saúde, deixando os hospitais e UPAs para os casos mais sérios. “Momento é de evitar hospital”, disse.
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