Correio Braziliense
postado em 07/03/2020 07:46
A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que monitora o potencial risco de desabastecimento de remédios e outros suprimentos médicos pelo surto do novo coronavÃrus que atinge mais de 80 paÃses e territórios. No mundo já são 101.781 casos confirmados.
Ontem, o diretor-geral, Tedros Adhanom Ghebreyesus, destacou que a falta de remédios é uma possibilidade não só pela alta na demanda de suprimentos médicos, mas pelo fato de a China ser um dos principais produtores de insumos para essa indústria. "A OMS concentra-se nos remédios essenciais para atenção básica e emergências", disse ele.
Ghebreyesus afirmou que a organização está trabalhando com associações de indústrias, agências regulatórias e outros parceiros para monitorar esse risco de desabastecimento. Até agora, diz a OMS, não foi identificado nenhum risco iminente de falta de remédios, mas a entidade demonstrou preocupação com a situação de abastecimento de oxigênio medicinal.
"O acesso ao oxigênio medicinal pode ser a diferença entre a vida e a morte para alguns pacientes, mas já há escassez em alguns paÃses, o que pode ser agravado por essa epidemia de covid-19", declarou Ghebreyesus. Ele disse que a OMS tem um grupo de trabalho com fundações internacionais para aumentar o acesso ao oxigênio.
E ainda reiterou que não se vive uma pandemia, mas epidemias em alguns locais, e destacou novamente a importância de os paÃses darem prioridade a medidas de contenção do surto, mesmo com aumento de casos. Segundo afirma, tornar a disseminação mais lenta pode salvar vidas ao dar mais tempo de preparação aos governos e sistemas de saúde. "Cada dia que conseguimos desacelerar a epidemia é um dia a mais que os hospitais podem se preparar, um dia a mais que os governos podem preparar profissionais para detectar, testar, tratar e cuidar dos pacientes, um dia que estaremos mais próximos de vacinas e tratamentos", declarou Ghebreyesus.
Ainda ontem, o ministro da Saúde brasileiro, Luiz Henrique Mandetta, afirmou que a corrida pela compra de máscaras por paÃses de primeiro mundo está "perturbando severamente" o abastecimento de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para o Hemisfério Sul e paÃses que não realizaram as aquisições. O ministro pontuou, por outro lado, que o nÃvel local de abastecimento está bom, lembrando que o PaÃs está adquirindo máscaras.
Procurada nesta semana para falar sobre o assunto, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) afirmou que não há "evidências" de que os estoques de medicamentos no Brasil estejam sob risco "iminente" de desabastecimento. E a ideia é agir rapidamente em possÃveis desabastecimentos. "Todas as associações representativas da indústria farmacêutica já foram contatadas."
Registros
Até agora, há 101.781 casos confirmados, conforme levantamento atualizado pela Universidade Johns Hopkins. A China é o paÃs com o maior número de casos registrados - 80.573 até o momento.
O número de pessoas infectadas pelo novo coronavÃrus na América do Sul chegou a 30 nesta sexta-feira. Argentina, Brasil, Chile, Equador e Peru registraram casos do vÃrus, segundo informado pelos ministérios da Saúde desses paÃses.
O covid-19 não fez nenhuma vÃtima na região e há apenas uma paciente internada em estado grave. O primeiro caso no Peru foi confirmado ontem: um homem de 25 anos que esteve recentemente em Espanha, França e República Checa.
Mesmo assim, grandes empresas na região começaram a se precaver. A direção mundial da FCA Fiat Chrysler enviou a todas as unidades do grupo recomendação para que executivos e profissionais de todas as áreas evitem viagens e utilizem mecanismos como videoconferência. O grupo tem duas fábricas de automóveis no Brasil, uma da marca italiana Fiat, em Minas, e outra da Jeep, em Pernambuco. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.