Brasil

Aplicativo do SUS para combate ao coronavírus apresenta falhas

A ideia é oferecer uma fonte confiável de informações oficiais sobre o Covid-19, orientando usuários a procurarem ou não um serviço de saúde a partir de informações pessoais fornecidas pelo usuário

Correio Braziliense
postado em 17/03/2020 21:45

A ideia é oferecer uma fonte confiável de informações oficiais sobre o Covid-19, orientando usuários a procurarem ou não um serviço de saúde a partir de informações pessoais fornecidas pelo usuárioAnunciado pelo ministro da Saúde, Henrique Mandetta, no dia 29 de fevereiro, o aplicativo "Coronavírus - SUS", tem apresentado falhas nos últimos dias. 

 

O app funciona como uma espécie de "triagem virtual". A ideia é oferecer uma fonte confiável de informações oficiais sobre o Covid-19, orientando usuários a procurarem ou não um serviço de saúde a partir de informações pessoais fornecidas pelo usuário.

 

No dia 12 de março, o Correio testou o aplicativo em um aparelho Android. Na data, o aplicativo apresentava erros. Na tela inicial, o usuário via um mapa com sua localização. Nele, deveriam aparecer todas as Unidades Básicas de Saúde próximas. Mas apenas algumas apareciam no mapa. Na parte inferior da tela, um pop-up com a pergunta "Como está sua saúde?" era exibido. Nela, o usuário poderia escolher entre as opções "Bem" ou "Mal". Mas, ao clicar em qualquer uma das opções, nada acontecia.

 

Na página do aplicativo na PlayStore, loja de apps do Google, diversos usuários reclamaram do funcionamento nos dias 14 e 15 de março, alegando problemas como lentidão e falta de resposta aos comandos na tela. A reportagem voltou a testar o aplicativo em um aparelho Android nesta terça-feira (17/03). A primeira tentativa de abrir o app não foi bem sucedida. Ele ficou travado por vários minutos, sem iniciar, até que foi fechado. Na segunda tentativa, funcionou. 

 

Na página inicial, na pergunta "Como está sua saúde", quando toca em 'Mal', o usuário é redirecionado para uma outra tela, onde é preciso indicar quais sintomas apresenta e se teve contato recente com um caso suspeito de COVID-19.

 

Caso toque na opção 'Bem', o aplicativo agradece pela contribuição e mostra uma série de recomendações preventivas, tais como lavar as mãos frequentemente com água e sabão, higienização com álcool gel, cobrir a boca e nariz ao tossir e espirrar e evitar locais com aglomerações de pessoas, além de não compartilhar objetos de uso pessoal. Na tela aparece também o telefone 136, do Ministério da Saúde, para maiores esclarecimentos. O app possui também uma seção de dicas, onde estão informações sobre o coronavírus, contágio, sintomas e dicas de prevenção, além de orientações sobre fake news. Por último, há um campo de notícias, que estava fora de funcionamento.

 

O estudante Renan Pinheiro, de 20 anos, mora no Paraná e baixou o aplicativo Coronavírus - SUS nesta terça (17) porque começou a apresentar sintomas semelhantes aos do Covid-19. Ele queria tirar dúvidas sobre o assunto. Renan utiliza a versão Android e contou que não enfrentou problemas com o funcionamento. "Funcionou tranquilo, ele é bem fácil de mexer. O app dá uma lista de sintomas para selecionar, se esteve em contato com alguém com suspeita do vírus e se você viajou para fora do país nos últimos 14 dias. O resultado parece ser meio superficial, mas dá para ter uma noção", afirmou.

 

O jovem conta que considera válida a iniciativa, mas defende que o aplicativo deveria ter informações mais aprofundadas. "Eu acho que o app seria mais confiável se ele trouxesse mais informações sobre os sintomas. Mas eu acho que ainda tem uma certa confiabilidade. É uma iniciativa válida. Acho que se a situação começar a piorar, e o app não for atualizado com mais informações, aí sim ele deixaria de ser útil", completa Renan.

 

Procurado, o Ministério da Saúde afirmou em nota que a indisponibilidade das funcionalidades foi temporária e já solucionada na semana passada. A pasta afirmou também que a plataforma está sendo monitorada permanentemente pela para "garantir o acesso a todo o cidadão sobre cuidados e informações relacionadas ao coronavírus". O ministério afirmou ainda que a indisponibilidade de algumas Unidades Básicas de Saúde (UBS) foi corrigida, pontuando que o aplicativo já possui mais de dois milhões de downloads e "nenhum indício de erro".

 

No entanto, logo após a resposta da pasta, a reportagem voltou a testar o aplicativo para checar o número de Unidades Básicas de Saúde exibidas no DF. Segundo dados da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, existem nove UBS na intitulada "Região Central" de Brasília. Das nove, apenas seis aparecem no aplicativo Coronavírus - SUS. São elas: UBS 1 - Asa sul, UBS 1 - Cruzeiro, UBS 1 - Lago Norte, UBS 2 - Asa Norte, UBS 2 - Cruzeiro e UBS 3 - Asa Norte. Não aparecem no mapa: UBS 1 - Asa Norte, UBS 1 - Varjão e UBS 5 - Asa Norte. 

Operadoras concedem acesso gratuito ao aplicativo

A Anatel recomendou às operadoras de telefonia o acesso gratuito ao aplicativo Coronavírus - SUS, sem desconto na franquia de dados móveis dos clientes que o acessarem. A sugestão foi acatada por algumas operadoras. "Em breve, os assinantes da operadora também poderão acessar de forma ilimitada, sem qualquer custo ou desconto na franquia de Internet do plano, ao aplicativo Coronavírus SUS, desenvolvido pelo Ministério da Saúde", dizia o anúncio da Claro publicado no dia 14 de março. No Twitter, a Vivo anunciou que faria o mesmo. Outra que também aderiu foi a Oi.

 

Além de isentar seus clientes de cobrança pelo acesso ao Coronavírus SUS, as operadoras também estão promovendo ações em seus serviços residenciais para manter os clientes em casa, abrindo o sinal de vários canais de TV por assinatura. Além das empresas citadas, a operadora Sky também abriu seu sinal.


*Estagiário sob a supervisão de Carlos Alexandre de Souza

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