Correio Braziliense
postado em 17/03/2020 17:08
As rebeliões que atingiram presÃdios do Estado de São Paulo estão controladas, de acordo com o governo paulista. Na manhã desta terça-feira, 17, o motim que ainda tomava o presÃdio de Tremembé foi controlado após ação do Grupo de Intervenção Rápida (GIR), subordinada à pasta. A juÃza Sueli Zeraick, da Vara de Execuções Criminais de Taubaté, acompanhou as negociações. Parte da penitenciária foi destruÃda. Ainda não há um cálculo dos prejuÃzos causados pelos detentos e o governo estuda como será feita a segurança no local.
No começo da tarde desta terça-feira, a SAP atualizou os números. De acordo com a pasta, 1.375 presos fugiram e 586 foram recapturados.
Em Tremembé, 218 fugiram e 108 já foram recapturados pela PolÃcia Militar. Mongaguá teve 563 fugitivos, sendo 197 recapturados. Em Porto Feliz, 594 presos fugiram, 281 já foram recapturados.
Em nota, a PolÃcia Militar no Vale do ParaÃba, onde está o presÃdio de Tremembé, informou que intensificou o patrulhamento na região do centro de detenção com o objetivo de identificar e recolher os foragidos e também pede ajuda da população, que pode informar a localização de foragidos através do telefone de emergência 190 e pelo Disque Denúncias 181.
Na noite desta segunda-feira, quatro rebeliões aconteceram em presÃdios de São Paulo, em Mongaguá, Tremembé, Mirandópolis e Porto Feliz. O motivo da onda de revoltas foi a decisão da Justiça paulista que suspendeu as saÃdas temporárias de presos na Páscoa para conter a disseminação do novo coronavÃrus.
"Foi uma movimentação grave em termos do que eles causaram à penitenciária", comentou o promotor Luiz Marcelo Negrini, que acompanhou toda a negociação dentro do presÃdio em Tremembé. Os setores de enfermaria, rouparia e educação foram totalmente destruÃdos, segundo o promotor. Após apuração, presos envolvidos na rebelião serão transferidos.
Atualmente o Pemano, como é conhecido, tem capacidade para 2.672 detentos e a população carcerária no local é de 3.006 presos. Por volta de 10h, os detentos foram reconduzidos aos pavilhões.
Até o inÃcio da tarde desta terça, a PolÃcia Militar continuava a vasculhar toda a área de mata vizinha ao presÃdio na busca por mais fugitivos.
Decisão judicial
Em três dos quatro presÃdios onde aconteceram as rebeliões há presença de integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC).
O Tribunal de Justiça divulgou nesta segunda que a Corregedoria-geral da Justiça, a pedido da SAP, suspendeu a saÃda temporária que estava prevista para os próximos dias. A Corte disse em nota que a decisão levou em consideração "a grave crise da saúde pública enfrentada pelos órgãos de gestão e população em geral quanto à disseminação do novo coronavÃrus".
CPP de Tremembé
Fumaça sobre o CPP de Tremembé, no interior paulista, onde presos incendiaram objetos na noite desta segunda, 16 Foto: Reprodução/SIFUSPESP
De acordo com a decisão divulgada, a saÃda dos detentos seria remarcada pelos juÃzes corregedores dos presÃdios, "conforme os novos cenários e em melhor oportunidade". "Nesse momento de intensas medidas adotadas pelos Poderes constituÃdos, que restringem aglomerações de pessoas para se evitar a disseminação da doença, o Poder Judiciário considerou a necessidade de alteração da data porque, se agora fosse realizada, depois de cumprida a saÃda temporária, ao retornarem ao sistema prisional os detentos seriam potenciais transmissores do coronavÃrus aos demais encarcerados."
A SAP disse, em nota, que "a medida foi necessária pois o benefÃcio contemplaria mais de 34 mil sentenciados do regime semiaberto que, retornando ao cárcere, teriam elevado potencial para instalar e propagar o coronavÃrus em uma população vulnerável, gerando riscos à saúde de servidores e de custodiados". (Colaborou Lucas Melo)
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