Brasil

PF mira em quadrilha que roubou e vendeu R$ 400 milhões em peças roubadas

Correio Braziliense
postado em 18/03/2020 12:46
A Polícia Federal (PF) desencadeou na manhã desta quarta-feira, 18, a Operação Verus Dominus para desarticular uma quadrilha especializada no roubo e comercialização de partes e peças de veículos. Segundo a PF, a ação tem como foco pessoas físicas e jurídicas, especialmente galpões que podem estar sendo utilizados pela quadrilha para guarda e adulteração de veículos. O esquema criminoso conta com o aval de facção criminosa que opera nos presídios paulistas, informou a corporação. O nome da operação, Verus Dominus, significa "verdadeiro dono" em latim, diz a PF, e faz referência a um dos pilares da investigação. A operação faz 15 buscas em endereços das cidades de Arapiraca (AL), Barreiras (BA), Goiânia e Aparecida de Goiânia (GO), Castelo (ES), Sinop (MT), Erechim (RS) e São Paulo, Guarulhos e Mogi das Cruz (SP). A corporação informou que caso sejam encontradas partes de veículos em situação irregular nos endereços vasculhados, há a possibilidade de realização de prisões em flagrante por receptação, formação de quadrilha e adulteração de sinais de veículos automotores. Cerca de 60 agentes participam das ações, incluindo policiais rodoviários federais especialistas em identificação veicular. Os mandados foram expedidos pela 2ª Vara de Organizações Criminosas e Lavagem de Dinheiro do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP). A Polícia Federal indicou que a investigação teve início a partir da troca de informações entre Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal. Em diligências realizadas no curso da apuração, intervenções policiais nas rodovias federais revelaram que diversas partes de veículos estavam sendo encaminhadas a outros Estados, com base em notas fiscais falsas. O esquema é conhecido como de "empresas noteiras", que existem só no papel e são utilizadas de maneira criminosa para emitir documentos fiscais, com o objetivo de registrar a saída de mercadorias, informou a corporação. "Esse esquema é muito utilizado para acobertar cargas roubadas, como as que foram identificadas durante a investigação", afirmou a PF em nota. De acordo com a investigação, é possível que as emissões de notas fiscais no caso alcancem valores superiores a R$ 400 milhões.

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