Correio Braziliense
postado em 19/03/2020 15:40
O Ministério da Defesa aprovou o emprego das Forças Armadas em todo o território nacional para apoiar as medidas do governo federal de combate ao novo coronavírus (Covid-19). Dentre os pontos previstos na diretriz ministerial, o ministro Fernando Azevedo e Silva prevê que os Comandos Conjuntos Ativados, formados pela Marinha, Aeronáutica e Forças Armadas, apoie o controle de acesso às fronteiras e a triagem de pessoas com suspeita de infecção para posterior encaminhamento a hospitais.A ação foi publicada nesta quinta-feira (19/3) no Diário Oficial da União (DOU). Mais tarde, em edição extra, o governo federal determinou o fechamento por 15 dias das fronteiras do Brasil com oito países: Argentina, Bolívia; Colômbia, Guiana, Guiana Francesa, Paraguai, Peru e Suriname. A restrição é de entrada no país por rodovias ou meios terrestres e não impede o tráfego do transporte rodoviário de cargas, de residentes de cidades gêmeas com linha de fronteira e a execução de ações humanitárias previamente autorizada pelas autoridades sanitárias locais.
Dentre outras ações determinadas pelo Ministério da Defesa está o apoio às ações dos órgãos federais no controle de passageiros e tripulantes nos portos e terminais marítimos por parte da Marinha. O mesmo foi solicitado ao comandante da Aeronáutica, mas referente ao controle de passageiros e tripulantes dos principais aeroportos.
As determinações vêm depois que o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), voltou a criticar a demora do governo federal a tomar algumas ações, citando controle de aeroportos e fronteiras. Na última quarta-feira (18), Maia reiterou algo que vinha falando ao longo da semana, de que o governo deveria fiscalizar melhor as pessoas que chegam ao Brasil pelos aeroportos internacionais. Até agora, nada foi feito. Não há nenhuma restrição de acesso, fiscalização”, disse. O deputado também falou sobre a situação da fronteira, dizendo que outros países já estão fechando.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia do novo coronavírus no último dia 11. Nos últimos dias, o governo federal tem recebido críticas de diversos políticos e outras autoridades que avaliaram demora para algumas ações do governo e uma minimização da crise por parte do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
As críticas aumentaram no último domingo (15), depois que o presidente ignorou orientações feitas pelo seu próprio Ministério da Saúde (MS), de evitar aglomerações, se aproximando e tocando manifestantes que estavam em protesto a favor de Bolsonaro e contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF) na porta do Palácio do Planalto. Na ocasião, já se tinha a confirmação de que o seu secretário de Comunicação, Fábio Wajngarten, estava com coronavírus, além de outras pessoas que estavam na comitiva que viajou à Miami (EUA) com o presidente.
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